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terça-feira, janeiro 31, 2006

MICROSOFT Independentemente da eterna questão software livre Vs. software fechado (estará o governo a abrir a porta do galinheiro à raposa?), o acordo assinado com a Microsoft não deixa de ser uma boa notícia para Portugal. Desde o início da nossa existência como nação independente que soubemos fazer bom uso de tecnologias vindas de fora. Na maior parte dos casos, aliás, Portugal beneficiou muito desse "know-how" estrangeiro. Foi assim com os marinheiros e matemáticos italianos que vieram para cá no século XV, com os militares alemães que reorganizaram o exército nas guerras dos séculos XVII e XVIII, bem como com os engenheiros franceses e britânicos que trabalharam nas grandes obras públicas do século XIX. Em todas estas alturas, Portugal avançou. O problema é que, quase imediatamente, o "tuga" instalou-se a si e aos seus vícios hereditários nessas estruturas antes inovadoras... é essa a nossa tragédia.

segunda-feira, janeiro 30, 2006

CIDADANIA É curioso constatar que o tão falado "movimento de cidadania" de Alegre surgiu apenas porque o seu partido recusou apoiá-lo na sua cruzada presidencial. É também curioso que o dito movimento queira fazer tudo o que os partidos fazem, menos chamar-se - cruzes credo! - partido. Numa coisa - não se pode errar em tudo! - o veterano Soares tem razão: a política é a mais nobre das profissões. Ou pelo menos devia ser. E atitudes populistas e ressabiadas como a de Alegre não contribuem para a sua dignificação, mas antes para o seu descrédito. O discurso anti-políticos tem apenas um resultado: enfraquecer o sistema democrático.

"Partido:

adj., que se partiu; feito em pedaços; quebrado;

Heráld.,
diz-se do escudo dividido perpendicularmente;

s. m.,
conjunto de pessoas que seguem as mesmas ideias, especialmente em política;"

PÉROLA Na sua coluna no Diário de Notícias, Joana Amaral Dias brindou-nos hoje com mais uma pérola da sua sabedoria:

"No rescaldo das eleições, a esquerda tenta perceber a derrota. Encontra duas causas a encenação suprapartidária da candidatura de Cavaco e a divisão do PS. Em ambas um denominador comum: o descontentamento com os partidos. Quer uma justificação quer outra são válidas. Resta à esquerda reconhecer o seu contributo e a Cavaco Silva agradecer o jeito. Já histórico."

Não passa pela cabeça à cronista que os portugueses possam votar num candidato de direita devido aos méritos do dito. Tal não é possível. Se a Esquerda é o lado das pessoas de bem, cultas, informadas e políticamente conscientes, como é que o Bom Povo elege um indíviduo de direita? Só há duas explicações possíveis: a esquerda estava dividida e a direita iludiu as massas. Claro, a democracia só funciona quando elege gente de esquerda. A esquerda é eleita, a direita apodera-se. Um mundo a preto e branco, à velha maneira revolucionária.

quarta-feira, janeiro 25, 2006

MEMÓRIAS DE ESTRASBURGO (II): Esta tranquila cidade no coração da Europa será sempre inesquecível para mim. A sua cultura burguesa (uma burguesia sem ostentação nem arrogância) baseada no trabalho sério, na pontualidade rigorosa e no civismo exemplar marcou-me bastante pela positiva. Eis uma cidade com a qual muitas das nossas urbes (sobretudo a Grande Lisboa) teriam bastante a aprender!


O Rio Ill, Estrasburgo, Novembro de 2005
RM

domingo, janeiro 22, 2006

BIRRAS Com a habitual prepotência, certas figuras da esquerda ergueram já o dedo para acusar e ajustar contas com os "responsáveis" pela vitória de Cavaco. Como iluminados que são, não lhes ocorre que Cavaco possa ter vencido por mérito próprio e não por inabilidade dos adversários. Com a sua visão maniqueísta do mundo, não ocorre a estas luminárias que o povo possa votar de forma consciente e esclarecida nos candidatos da direita. É esta a "democracia" desta gente.

sexta-feira, janeiro 20, 2006

PROGNÓSTICOS Henrique Raposo escreveu o seguinte no Acidental:

"As declarações de Chirac são o reflexo daquilo que é mais angustiante na actual visão europeia: os europeus ainda não perceberam que a Europa já não é o centro do mundo. E já não é o âmago da política mundial há muito tempo. Desde 1945. Durante a Guerra-Fria, os europeus construíram a impressão de que ainda eram importantes. Só não perceberam uma coisa: a Europa era importante como palco e não como actor. A guerra-fria teve como palco central a Europa. Por isso, era natural que os EUA tratassem a Europa de forma especial. Mas esse tempo acabou. Hoje, a Europa é tão importante para os americanos como a Austrália, Brasil, etc. E é, com toda a certeza, menos importante que Japão e Índia. A Europa é apenas um dos pólos demo-liberais do mundo. Só. Mais: não é a guardiã da moral mundial."

De facto, a Europa perdeu o lugar central que ocupava antes da segunda guerra mundial. E é também verdade que as chamadas potências emergentes - China, Índia, Brasil e mesmo a Rússia, em certa medida -, ultrapassam a Europa em vários aspectos, como o crescimento económico e o peso geo-estratégico. Mas parece-me precipitado julgar que a Europa está por isso condenada a uma inevitável e inexorável decadência. Não está, pois ainda é possível dar a volta à situação. Reparem que nos últimos 2000 anos, o nosso continente atravessou crises gravíssimas, guerras destruidoras, colapsos civilizacionais, pandemias terríveis... e no entanto sobreviveu.

É verdade que a Europa passa por um período difícil e que as suas opiniões públicas vivem na doce (e fatal) ilusão do multiculturalismo, do estado-providência e do falso pacifismo; é também verdade que a Europa cresce menos que outras regiões do mundo e que muitos dos seus políticos e empresários vêem a globalização como uma ameaça e não uma oportunidade. Mas tudo isto tem solução, pois talvez quando as coisas doerem a sério - quando os "imperialistas" americanos se fartarem de nos proteger, ou quando a concorrência asiática se tornar insuportável... -, os europeus "caiam na real". É em momentos difíceis que o engenho e a capacidade dos povos se revela. Se a China, um país semi-feudal e atrasado, o conseguiu fazer em poucos anos, porque é que a Europa do século XXI não o conseguirá também?

Além de que as previsões quase apocalípticas que se fazem sobre o futuro domínio mundial por parte da China não são mais que futurologia. Nada nos garante que a China vai continuar a crescer a 10% ao ano, até porque terá grandes dificuldades em obter matérias primas - petróleo, minérios, madeira, etc - suficientes para sustentarem esse crescimento. Pode ocorrer uma guerra civil, uma mudança de regime ou até um confronto com os Estados Unidos. Isto para não falar dos problemas que a China tem a nível da formação dos gestores e demais decisores - que em muitos casos são simples patifes sem escrúpulos, ignorantes e incompetentes.

É sempre arriscado e precipitado fazer futurologia. A título de exemplo, reparem que a Rússia de Estaline também crescia a níveis recorde, mas que anos depois o sistema acabou por ruír. E também que em finais do século XIX a Rússia era vista como o país do futuro, crescendo a um ritmo avassalador... mas que as reviravoltas da História alteraram tudo. Ou bem mais recentemente, dizia-se que o Japão ia suplantar os EUA, mas nada disso aconteceu.

Poderíamos fazer uma analogia entre a Europa e a Grécia dos séculos I a.C. a IV d.C. Pacificada pelos romanos, a velha Hélade perdeu o papel político que desempenhara nos seus séculos de ouro. Mas embora submetida por Roma - que poderíamos comparar aos EUA -, a Grécia prosperou imenso. E quando a própria Roma se tornou bárbara, a Grécia ressuscitou e transformou-se naquele que durante 800 anos foi o mais rico, poderoso e influente império da Cristandade: Bizâncio. A moral da história é que os "prognósticos só se devem fazer no fim do jogo". Não nos precipitemos, portanto, a escrever o obituário de uma "Velha Europa" que ainda tem muito para dar ao mundo.

Quanto à importância da Europa para os EUA, as coisas não são tão lineares como Henrique Raposo sugere. Do ponto de vista militar, o Reino Unido e a França ainda são potências credíveis, capazes de travar guerras (e vencê-las) em qualquer parte do globo, e não apenas devido às armas nucleares que possuem. Além de que a Europa tem ainda a capacidade financeira para se rearmar em poucos anos, se a necessidade a isso obrigar e se as opiniões públicas "abrirem os olhos" para a realidade do nosso mundo. A título de exemplo, recordem-se que nas vésperas do ataque a Pearl Harbour, o exército dos EUA contava com apenas 130 mil homens, menos que as forças do Portugal de então. Bastam poucos anos para alterar por completo o cenário militar, se existir vontade política, 'know how' e capacidade económica.

Não obstante o fosso tecnológico em relação aos EUA, as marinhas de guerra britânica e francesa são ainda a segunda e terceira marinhas mais poderosas do mundo, em termos de tonelagem e de armamento. Quem domina o mar tem a vantagem em qualquer guerra. E as suas forças terrestres e aéreas são ainda respeitáveis.

Isto para não falar dos laços culturais existentes entre a América e os EUA e das fortíssimas relações económicas que se mantém. Os EUA continuam a investir fortemente na Europa e vice-versa. As coisas não são, por isso, tão lineares.

segunda-feira, janeiro 16, 2006

A LEI DO GOSTO Em plena campanha eleitoral, passou algo despercebida a aprovação da nova Lei da Rádio, que obriga as rádios a passar entre 25 a 40 por cento de música portuguesa nos programas entre as 07h00 e as 20h00.

Mas que direito tem o Estado de nos obrigar a ouvir música portuguesa? Acaso os portugueses são seres diminuídos intelectualmente, incapazes de ter os seus próprios gostos e de escolher a música que ouvem? Já que estamos numa espiral de absurdo, porque não obrigar as livrarias a vender 40% de livros portugueses, os cinemas a passar 40% de filmes lusos e os supermercados a vender 40% de ovos, frangos, salmões e bifes nativos?

Trata-se de uma inaceitável ingerência do Estado naquilo que jamais lhe competiria fazer num país civilizado: ditar a programação dos orgãos de comunicação social e orientar os gostos dos cidadãos.

Se os nossos artistas querem proteger a cultura nacional e a língua pátria, que façam música de qualidade. Certamente que o público - que não é "burro" nem precisa de tutores iluminados que lhe oriente o gosto -, saberá apreciá-la devidamente. Leis proteccionistas balofas servem apenas para facilitar a vida aos medíocres, e fazem mais mal do que bem às artes nacionais.

quinta-feira, janeiro 12, 2006

CEPTICISMO BRITÂNICO Desde sempre que os ingleses têm sido acusados de cepticismo em relação à construção de uma Europa unida. De Gaulle, acérrimo defensor da grandeur de la France, vetou durante anos a entrada da velha Albion na então CEE, porque entendia que esta seria um “cavalo de Tróia” dos americanos na Europa. E de facto, o velho general estava certo: tendo o Reino Unido como membro, a União Europeia nunca se transformaria na potência rival dos Estados Unidos - liderada pela França, note-se – com que ele sonhava.

Do outro lado do Canal, muitos políticos britânicos tinham (e têm) um entendimento semelhante, embora na lógica inversa, da presença do seu país na Comunidade Europeia. Com as notáveis excepções de Edward Heath e Tony Blair, bem como de alguns outros europeístas convictos, a maioria dos políticos ingleses não morre de amores pelo projecto europeu. Recordemo-nos que Sir Humphrey Appleby, a memorável personagem interpretada por Nigel Hawthorne na brilhante série ‘Yes, Minister’, dizia a certa altura que os ingleses entraram na CEE apenas para “espalhar a confusão”, de modo a garantir que esta não se tornasse demasiado poderosa e assim pusesse em causa os interesses britânicos.

Desde o século XVI – ou mesmo antes - que a política externa britânica tem como principal objectivo manter a estabilidade na Europa e impedir a criação de um bloco continental. Com esse propósito, a Inglaterra combateu sucessivamente a Espanha dos Áustrias, a França dos Bourbons, da Revolução e de Napoleão, a Alemanha de Guilherme II e de Hitler, bem como a Rússia dos czares e dos sovietes. E isto porque os interesses britânicos dependeram sempre de uma Europa pacífica e estável, na qual existisse um equilíbrio de forças entre as diferentes potências.

Será algo injusto acusar Londres de egoísmo, pelo facto de há séculos seguir tal política. Até porque Paris e Berlim defendem também os seus interesses nacionais. A Europa unida proposta pelo eixo Paris-Berlim vai de encontro aos seus interesses históricos. Recordemo-nos que Napoleão era francês e Hitler alemão, bem como Carlos Magno e Frederico, O Grande, respectivamente.

Os ingleses têm orgulho, e não sem razões para isso, no seu sistema jurídico e constitucional, que como se sabe é anterior à Revolução Francesa em mais de um século. Além disso, a sua tradição liberal e individualista choca com o estilo burocrático e “jacobino” de Bruxelas, que chega a dar-se ao trabalho de regular o tamanho das bananas vendidas nos supermercados...

Ao contrário dos países do Sul da Europa, o Reino Unido não deve a presente situação económica à sua adesão à União Europeia (embora tenha disso colhido benefícios), mas sim às reformas levadas a cabo nos anos 80 pelos governos de Margaret Tatcher. De facto, e após décadas de estagnação, a economia britânica voltou a ser uma das mais saudáveis e poderosas da Europa, ocupando o quarto lugar a nível mundial, ex aequo com a China. E das quatro grandes economias europeias, o Reino Unido é talvez a melhor preparada para os desafios da globalização.

Mais do que simples capital europeia, Londres é uma das duas principais praças financeiras mundiais e a cidade mais cosmopolita e dinâmica da Europa, onde afluem gentes das mais diversas proveniências. Neste domínio, a política de “porta aberta” seguida pelos governos de Tony Blair contrasta com a adoptada pela França e pela maioria dos países da União.

Do ponto de vista político-militar, o Reino Unido é hoje uma potência com interesses globais. Depois dos EUA, é o segundo país com maior capacidade de projecção de forças, o que lhe permite intervir de forma autónoma em qualquer parte do mundo (a Rússia e a China, por exemplo, embora possuam forças consideráveis, têm uma reduzida capacidade de projecção das mesmas). Além disso, a Royal Navy é a segunda maior marinha de guerra do mundo, em termos de tonelagem, e uma das mais avançadas do ponto de vista tecnológico.

Se tivermos em conta todos estes factores, talvez compreendamos um pouco melhor o eurocepticismo britânico. Porque devem os britânicos aderir de corpo e alma a uma união burocrática e centralista, com baixo crescimento económico, de tendência jacobina e dominada pelo eixo Paris-Berlim? E que caminho escolher: o da “federação super-potência” rival dos EUA, ou o da grande espaço económico e político aliado dos EUA, em pé de igualdade económica, política e militar?

Note-se que o dilema britânico também se coloca a Portugal, país cuja política externa sempre se dividiu entre a aliança com a potência marítima dominante e uma outra voltada para a “Europa” continental.

De uma coisa estou certo: o mundo é mais pacífico e estável quando as duas margens do Atlântico trabalham em conjunto. Juntas, a Europa e a América podem liderar a Humanidade em direcção a um futuro de paz, democracia e crescimento. E se os Europeus não perceberem isso, outros tomarão o nosso lugar. Em poucos anos, as nações asiáticas poderão ocupar o nosso lugar no concerto das nações, ficando a velha Europa transformada numa espécie de “fortaleza” fechada ao mundo e sem qualquer influência internacional. Não nos podemos esquecer que o mesmo aconteceu à China imperial e ao mundo islâmico – civilizações brilhantes que se fecharam em “casulos”, entrando em decadência e letargia -, com as consequências nefastas que daí advieram para eles próprios e para o resto do mundo. (Artigo publicado no Comum Online)

O MAU DA FITA É uma maldição. Sempre que parece iminente uma resolução para o conflito israelo-árabe, eis que o inesperado acontece, trocando as voltas a tudo e todos. Primeiro foi Rabin, velho general assassinado devido à coragem de fazer a paz. Agora é Sharon, outro velho general que ousou fazer o que devia ser feito, que jaz no leito de um hospital, às portas da morte. E temo que junto dele, ligado às máquinas do hospital Hadassah, esteja também o processo de paz.

Quando Sharon ordenou a retirada de Gaza e afrontou sem medo os “ultras” do campo israelita, a intelectualidade europeia ficou sem saber o que dizer. Não era Sharon o mau da fita, afinal?

Além do brilhante passado militar, Sharon e Rabin partilhavam características como o patriotismo e o pragmatismo. Para defender Israel, Sharon combateu de forma destemida em todas as guerras travadas desde 1948. Com o mesmo objectivo, construiu colonatos nos territórios conquistados e eliminou fisicamente indivíduos como o xeque Yassin – que a par de Arafat, era outro criminoso admirado, desculpado e “compreendido” pelos intelectuais europeus. E embora todos os muros erguidos sejam trágicos e lamentáveis, o que Sharon construiu pôs termo à vaga de atentados terroristas em cafés, restaurantes e autocarros israelitas.

Sendo um estratega lúcido, Sharon ordenou o desmantelamento de grande parte dos colonatos e a retirada da faixa de Gaza. Por tudo isto, penso que o general era muito mais merecedor do Prémio Nobel da Paz do que Arafat, que não passava de um terrorista que tinha como único objectivo perpetuar o seu poder sobre o povo palestiniano. De facto, Arafat foi sempre um obstáculo à paz, devido à sua intransigência, aos métodos terroristas que utilizava e à tirania a que submeteu os palestinianos. O velho guerreiro que muitos europeus românticos ainda hoje admiram era um indivíduo psicótico e sem escrúpulos, que se agarrou ao poder durante 50 anos e que impediu o surgimento de interlocutores credíveis no campo palestiniano. Em vez de parte da solução, Arafat era um obstáculo à mesma.

Muitos daqueles que acusam Sharon de ter permitido os massacres de refugiados no Líbano, em 1982, são os mesmos que fecham os olhos e “compreendem” os crimes cometidos por Arafat. Se é verdade que Sharon permitiu que as milícias libanesas cristãs massacrassem refugiados palestinianos, também o é que Arafat assassinou deliberadamente centenas (ou milhares?) de civis israelitas. Um permitiu que matassem, outro assassinou deliberadamente.

Para resolver um problema como o conflito israelo-árabe será necessária uma vontade de ferro, a par de muita coragem, lucidez e ousadia. E gostemos ou não da personagem, Sharon tinha essas qualidades. (Artigo publicado no Comum Online)

segunda-feira, janeiro 09, 2006

POLÍTICO VS. TÉCNICO Entre outras incoerências, Mário Soares começou por acusar Cavaco de ter sido um político profissional durante toda a vida. No entanto, há dias Soares afirmou que o próximo presidente "deve ser um político e não um técnico", querendo com isso dizer que Cavaco não é adequado para o lugar. Em que ficamos afinal?