«Não faz sentido que reivindique a criação de um sistema de aconselhamento para que eventuais estruturas criadas pelo ‘não’ manobrem para impedir a liberdade de decisão das mulheres» (Odete Santos, deputada do PCP)
«[O aconselhamento] Não passa de uma manobra para impor, mais uma vez, a moral particular de alguns ao universo do direito dos cidadãos» (Francisco Louçã, o Savonarola da extrema-esquerda indígena)
É curioso que estas declarações apenas surjam já depois do referendo que deu a vitória ao Sim. Antes do plebescito, estes senhores fartavam-se de dizer que todos somos contra o aborto e que o objectivo do Sim não era facilitar a prática do dito. Diziam que o aborto é um mal, uma tragédia, um suplício para as mulheres, e que o que estava em causa no referendo era apenas o fim do aborto clandestino. Bull shit. Vieram com estas falinhas mansas porque sabiam que a maioria dos portugueses é contra o aborto livre. Era necessário conquistar os moderados, e daí o discurso soft.
Mas eis que agora, que a vitória foi alcançada e que «entramos no século XXI», estes senhores mostram a verdadeira face. Descobrimos agora que o que está realmente em causa não é o drama das mulheres forçadas a recorrer a parteiras de vão de escada. O objectivo desta gente sempre foi, pura e simplesmente, a conquista do direito ao aborto livre.
Eles não querem saber de aconselhamento nem tão pouco ouvir falar de apoio às mulheres grávidas, que as possa dissuadir de praticar o aborto. Para esta gente, instituições como a Ajuda de Berço (que ajudaram milhares de mulheres a criarem condições para terem os seus filhos, desde 1998), são instrumentos perversos que «menorizam as mulheres».
Uma mulher está indecisa quanto a fazer um aborto. Tem medo que o namorado a deixe, que a família não aprove a gravidez ou que o patrão a despeça. E qual é única solução defendida por estes paladinos do progressismo? O aborto. A morte da criança que traz no ventre. Nem uma só palavra de conselho ou de encorajamento no sentido de levar a gravidez por diante. A morte é a única solução.
E depois ainda têm a lata de chamar hipócritas aos 40% de eleitores que votaram Não…
1 Comments:
O que me surpreendeu foi que com as notícias do nosso SNS a desintegrar-se a olhos vistos, a maioria das pessoas não se incomodasse a votar.
By Fabiano, at quinta-feira, fevereiro 22, 2007 10:48:00 da manhã
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