DA VINCI MANIA Já enjoa esta "Da Vinci mania" que subitamente (re)nasceu com o lançamento do filme baseado no romance de Dan Brown. É ridículo este fascínio naive por algo tão básico e inconsistente. É uma obra de ficção, não um tratado de teologia.
sexta-feira, maio 19, 2006
quarta-feira, maio 17, 2006
LAICISMO Com a sua (na minha opinião) habitual falta de lucidez, Joana Amaral Dias (JAD) escreveu o seguinte no blog Bichos Carpinteiros:
"Mota Amaral está a preparar um projecto de lei alternativo sobre as alterações ao protocolo do Estado, nomeadamente ao que se refere a afastar a Igreja Católica no protocolo. Lê-se no DN que Mota Amaral argumenta que "O lugar dos membros da Igreja nas cerimónias oficiais não tem a ver com a separação entre o Estado e as igrejas, mas com a História e com o conhecimento da sociedade portuguesa". A mesma justificação que foi dada a propósito do triste preâmbulo da no-limbo-constituição-europeia, e em muitas outras situações. Vale a pena explicar o que é a laicidade ao ex-presidente da AR? Ou que o seu argumento, da história e conhecimento de Portugal, dá azo a legitimar práticas inaceitáveis? Ou mesmo as transformações dessa mesma sociedade?"
Não vejo qual o problema de o Cardeal Patriarca estar presente em cerimónias de Estado. Ou que representantes de outras confissões - judeus, protestantes, muçulmanos -, com presença significativa em Portugal, sejam convidados para este tipo de eventos. A comparência destas figuras não põe em causa a liberdade religiosa de quem quer que seja (que é, afinal, o propósito de qualquer lei sobre o assunto), nem tão pouco implica a não existência de uma efectiva separação entre Igreja e Estado. Pelo contrário, a presença de figuras religiosas em cerimónias de Estado é sinal da sã convivência que, felizmente, hoje existe entre as diferentes confissões e entre estas últimas e o Estado. Não vivemos em 1834 ou em 1910. E por muito que isto incomode certos sectores, as religiões continuam a desempenhar um papel de relevo na nossa sociedade e não há nenhum decreto que as possa "apagar do mapa". Ignorá-las por preconceito ideológico é pura e simplesmente cegueira. E expulsá-las do espaço público, recorrendo a argumentos jacobinos e reaccionários, nada mais é que intolerância. Bem lá no fundo, JAD confunde laicidade com ateísmo de Estado. A República é de todos, incluindo dos crentes.
"Mota Amaral está a preparar um projecto de lei alternativo sobre as alterações ao protocolo do Estado, nomeadamente ao que se refere a afastar a Igreja Católica no protocolo. Lê-se no DN que Mota Amaral argumenta que "O lugar dos membros da Igreja nas cerimónias oficiais não tem a ver com a separação entre o Estado e as igrejas, mas com a História e com o conhecimento da sociedade portuguesa". A mesma justificação que foi dada a propósito do triste preâmbulo da no-limbo-constituição-europeia, e em muitas outras situações. Vale a pena explicar o que é a laicidade ao ex-presidente da AR? Ou que o seu argumento, da história e conhecimento de Portugal, dá azo a legitimar práticas inaceitáveis? Ou mesmo as transformações dessa mesma sociedade?"
Não vejo qual o problema de o Cardeal Patriarca estar presente em cerimónias de Estado. Ou que representantes de outras confissões - judeus, protestantes, muçulmanos -, com presença significativa em Portugal, sejam convidados para este tipo de eventos. A comparência destas figuras não põe em causa a liberdade religiosa de quem quer que seja (que é, afinal, o propósito de qualquer lei sobre o assunto), nem tão pouco implica a não existência de uma efectiva separação entre Igreja e Estado. Pelo contrário, a presença de figuras religiosas em cerimónias de Estado é sinal da sã convivência que, felizmente, hoje existe entre as diferentes confissões e entre estas últimas e o Estado. Não vivemos em 1834 ou em 1910. E por muito que isto incomode certos sectores, as religiões continuam a desempenhar um papel de relevo na nossa sociedade e não há nenhum decreto que as possa "apagar do mapa". Ignorá-las por preconceito ideológico é pura e simplesmente cegueira. E expulsá-las do espaço público, recorrendo a argumentos jacobinos e reaccionários, nada mais é que intolerância. Bem lá no fundo, JAD confunde laicidade com ateísmo de Estado. A República é de todos, incluindo dos crentes.
ROTINAS No que diz respeito a horários de trabalho, a maioria das empresas portuguesas têm rotinas curiosas. Senão vejam:
1. O trabalhador dedicado é aquilo que trabalha todos os dias até as 9 da noite. Não interessa se durante o dia fez 15 pausas para café ou cigarros. O que importa é "mostrar serviço", i.e., sair tarde.
2. Quem cumpre as suas tarefas de forma rápida e eficaz, de forma a sair do trabalho a horas decentes, é visto como pouco esforçado e pouco profissional. Ou seja, penaliza-se a eficiência e a rapidez.
3. Muitas entidades patronais não compreendem que o trabalhador mais produtivo é aquele que consegue ter tempo para uma vida familiar equilibrada e feliz. Pessoas que se sentem bem consigo mesmas trabalham mais e melhor.
E muito se poderia dizer ainda...
terça-feira, maio 16, 2006
SELOS Tenho muita pena do que aconteceu aos investidores da Afinsa e do Fórum Filatélico. Milhares de pessoas foram burladas e, se se tornarem realidade os piores cenários, poderão perder todo o dinheiro que investiram em selos e outros "bens tangíveis". Mas o que o governo espanhol pretende fazer - criar um fundo que compense os investidores prejudicados -, parece-me profundamente errado. Isto porque não é justo que o Estado - ou seja, todos nós -, tenha de partilhar o riscos inerentes ao investimento em questão... até porque não me parece que os investidores da Afinsa estivessem dispostos a partilhar os lucros. Bem elevados, por sinal.
BULLYS Detesto fanfarrões. Detesto ver pessoas serem incomodadas por fanfarrões e todo o tipo de bullys. E claro, detesto ainda mais quando a "vítima" sou eu. Ontem aconteceu-me algo desse género. Caminhava eu por uma (sombria) rua de Lisboa quando um grupo de quatro rapazes me interpelou. "Sócio, arranja um euro para comer uma sandes", disse-me um deles, com ar de rufia. "Não tenho", respondi, enquanto continuava a caminhar. O tipo tentou segurar-me no casaco, ameaçando-me, ao que lhe respondi: "não tenho, já disse". Vendo que não resultava, limitou-se a responder-me: "Vai lá embora, então". Se me tivesse pedido de forma educada - do género daqueles que na noite do Bairro Alto nos pedem uma moeda "para não precisar de roubar" -, talvez lhes tivesse dado um euro. A questão não estava no dinheiro. Mas não suporto bullys. Nesses momentos, dá-me um "bloqueio" mental qualquer. E sei bem que qualquer dia posso ter problemas por causa disso.