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terça-feira, outubro 31, 2006

O CORAÇÃO DAS TREVAS Senti uma repugnância profunda pelo recente projecto do Governo segundo o qual vai ser permitida a troca de seringas nas prisões em benefício dos reclusos toxicodependentes. Fiquei estarrecido quando soube que também se tenciona criar "salas de chuto" nos estabelecimentos prisionais.
Estas propostas representam a rendição da nossa sociedade perante um dos maiores flagelos que nos oprimem. O consumo de drogas é um acto em que se destrói por completo a dignidade de um ser humano. Após séculos de combate contra a escravatura do Homem pelo Homem, está-se agora a perder o combate contra a escravatura do Homem por venenos que lhe degradam o organismo, que o afastam da família e dos amigos e que lhe roubam todos os prazeres da vida (desde um bom passeio no Parque da Peneda-Gerês até um namoro feliz com a pessoa que tanto amamos).
A ideia de facilitar o consumo de drogas nas prisões é grotesca: prende-se um sujeito por crimes relacionados com a droga e como punição ele é enviado para um sítio onde o consumo de droga não é totalmente inibido! Isto não faz sentido nenhum!
A única forma de proteger os reclusos dos malefícios da droga seria investindo nos recursos humanos e tecnológicos que permitissem capturar os sujeitos que traficam estupefacientes para o interior das prisões e que permitissem evidenciar as falhas de segurança do sistema.
Para já, a associação dos guardas prisionais recusa-se a aceitar a ideia da troca de seringas num ambiente em que o consumo de droga é proibido. Espero que consigam levar o seu protesto a bom porto e que recebam da sociedade portuguesa o necessário apoio para a sua causa.
RM

quinta-feira, outubro 19, 2006

DE REGRESSO Após uns meses a trabalhar nesse próspero país que é o Reino Unido, eis-me de volta. Trabalhei para os serviços de qualidade alimentar e foi uma experiência importante em termos profissionais e pessoais.
O Reino Unido é um país muito mais rico que o nosso e fiquei a conhecer alguns dos motivos para isso: uma cultura empresarial prestigiada, a ambição de fabricar o máximo de produtos industriais no próprio país em vez de os importar, assiduidade e pontualidade cumpridas por todos, serviços públicos de qualidade (desde a Saúde aos Transportes) e uma sólida determinação em enfrentar com agressividade todos os problemas do dia-a-dia (em vez da lamúria tão característica do nosso povo), entre outros.
De qualquer modo, estou feliz por regressar a casa. Estar perto da família e da maior parte dos amigos é muito importante para mim e em termos de qualidade de vida o nosso país é claramente superior ao Reino Unido, de tal forma que os meus colegas de trabalho Ingleses não se cansavam de contar os dias que faltavam para as férias em Espanha ou em Portugal...
Recomendo a todos os jovens que emigrem temporáriamente, sobretudo se forem recém-licenciados no desemprego. Além da maturidade que se ganha, fazem-se novas amizades e regressa-se com algum dinheiro no bolso. Valeu a pena para mim e estou certo que também vai valer a pena para vós.
RM