respublica

quinta-feira, novembro 11, 2004



ARAFAT A morte de Yasser Arafat não me deixa triste. Nem contente, aliás. Mas o seu afastamento é, seguramente, positivo para o processo de paz no Médio Oriente.

Por muito que simpatize com a causa palestiniana, não posso deixar de recordar que Arafat era um terrorista sanguinário, um ditador corrupto e um dos principais responsáveis pelo impasse a que chegou o processo de paz israelo-árabe. Além disso, e independentemente da nobreza da luta por uma independência da Palestina em termos justos e equilibrados, há que ter em conta o direito de Israel a existir enquanto nação “judaica” (no sentido étnico do termo)... o que Arafat nem sempre reconheceu.

Entretanto, Ariel Sharon, o arqui-inimigo do falecido raïs, veio já a terreiro afirmar que a morte de Arafat constitui uma nova oportunidade para que se faça a paz; e pela primeira vez na minha vida, concordo com o primeiro-ministro israelita. Mas parece-me que para que se faça a paz, só falta mesmo que Sharon se retire e dê lugar a um líder disposto a negociar uma “paz dos bravos”. Que falta faz um novo Isaac Rabin!

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P.S.: na foto acima, vemos Yasser Arafat em 1964, sem o mítico "kaffiye". Que diferença! Esta e outras fotos da sua longa vida pública podem ser encontradas neste site.