Os inimigos da liberdade têm muito em comum
Passou quase despercebida, há alguns dias, uma mini-polémica em torno da alegada participação de gente do Bloco de Esquerda numa lista de extrema-direita que se candidatou à direcção de uma associação académica de uma faculdade lisboeta. Tudo começou quando uma dirigente da lista disse ao Público que a candidatura que integrava era «plural», incluindo mesmo «pessoas do Bloco de Esquerda».
Embora consciente que as pessoas em questão seriam meros simpatizantes e não militantes do Bloco, não fiquei espantado com o facto de gente de extrema-esquerda participar numa lista fascista. Isto porque estes tipos têm mais coisas em comum do que se possam pensar à primeira vista: são contra a globalização e o capitalismo, têm aversão aos Estados Unidos, não acreditam numa Europa liberal e atlantista, gostam da ‘luta de rua’ e desprezam a democracia liberal. Além disso, admiram todo e qualquer tirano que se oponha aos Estados Unidos e ao capitalismo (como Fidel, Chavez, Mugabe ou o nosso anti-liberal Salazar), muitas vezes fechando os olhos a atrocidades que depressa justificam como necessárias para atingir nobres fins. Não foi por acaso que Mussolini começou a sua carreira política num grupelho de extrema-esquerda, ou que a palavra nazi é a abreviatura de ‘nacional socialista’.
Actualmente, o que mais me preocupa não é o ridículo cartaz do PNR no Marquês de Pombal ou a vitória de Salazar num concurso sem importância. O mais me preocupa é a crescente descrença dos jovens na democracia, a par da admiração pelos homens fortes e providenciais e de um cada vez mais poderoso activismo que tem como objectivo construir um mundo perfeito. Ora não há mundos perfeitos… aliás, da última vez que certas almas bem-intencionadas os tentaram construir, acabaram por criar verdadeiros infernos.
F.A.
Passou quase despercebida, há alguns dias, uma mini-polémica em torno da alegada participação de gente do Bloco de Esquerda numa lista de extrema-direita que se candidatou à direcção de uma associação académica de uma faculdade lisboeta. Tudo começou quando uma dirigente da lista disse ao Público que a candidatura que integrava era «plural», incluindo mesmo «pessoas do Bloco de Esquerda».
Embora consciente que as pessoas em questão seriam meros simpatizantes e não militantes do Bloco, não fiquei espantado com o facto de gente de extrema-esquerda participar numa lista fascista. Isto porque estes tipos têm mais coisas em comum do que se possam pensar à primeira vista: são contra a globalização e o capitalismo, têm aversão aos Estados Unidos, não acreditam numa Europa liberal e atlantista, gostam da ‘luta de rua’ e desprezam a democracia liberal. Além disso, admiram todo e qualquer tirano que se oponha aos Estados Unidos e ao capitalismo (como Fidel, Chavez, Mugabe ou o nosso anti-liberal Salazar), muitas vezes fechando os olhos a atrocidades que depressa justificam como necessárias para atingir nobres fins. Não foi por acaso que Mussolini começou a sua carreira política num grupelho de extrema-esquerda, ou que a palavra nazi é a abreviatura de ‘nacional socialista’.
Actualmente, o que mais me preocupa não é o ridículo cartaz do PNR no Marquês de Pombal ou a vitória de Salazar num concurso sem importância. O mais me preocupa é a crescente descrença dos jovens na democracia, a par da admiração pelos homens fortes e providenciais e de um cada vez mais poderoso activismo que tem como objectivo construir um mundo perfeito. Ora não há mundos perfeitos… aliás, da última vez que certas almas bem-intencionadas os tentaram construir, acabaram por criar verdadeiros infernos.
F.A.