CRISE DE VALORES ÉTICOS/CÍVICOS O post anterior, do Filipe Alves, embora não se referisse, exclusivamente, às crises de valores, acabou por criar, nos comentários, essa mesma discussão.
Falando no caso português, especificamente, estou perfeitamente de acordo quanto à existência desta crise de valores cívicos, mormente nas camadas mais jovens. Não existe o respeito pelo próximo. Cultiva-se uma cultura de um quase-"umbiguismo", o narcisismo absoluto e aburso.
As causas, se bem que não facilmente elencáveis, por diversas, estão à vista. A primeira de todas, a meu ver, e sabendo que firo algumas susceptibilidades, é a péssima adaptação ao pós Revolução de Abril, a má interpretação que dela se fez. Confundiu-se, desde logo, liberdade com libertinagem, direito à palavra com direito à má-educação, queda do fascismo com queda de hierarquias sociais/familiares/laborais. Os amicismos, antes criticados por pertença exclusiva de uma diminuta parcela social (ligada ao poder), proliferaram por todos os sectores da sociedade. Entrou-se num certo facilitismo, em que todos temos direito a tudo, passando por cima de todos, sem que nada façamos para alcançar esse status. E esta errada interpretação da Revolução, passou da geração que a viveu para a geração seguinte. Os jovens-adultos de hoje cresceram a ouvir em casa, na escola, no café, no grupo de amigos, ser esta a melhor e única e inteligente forma de agir.
Cruzei-me, também, especialmente nos corredores das faculdades, com muitos jovens que, mesmo tendo sido educados com base em valores e princípios éticos/cívicos, por uma questão de pseudo-integração, de pseudo-virilidade, acham absolutamente ridículo que se usem, no dia-a-dia, expressões como "desculpe", "com licença", "obrigado". Expressões maricas, segundo a maioria deles. Depois, temos as raparigas que fazem parte desses grupos que, ao abrigo de um pseudo-feminismo bacoco, são ainda piores, tentativa absurda de demonstração de superioridade.
Por fim, aquilo que refere num dos comentários, e bem, o Carlos Sousa. E passo a citar:"(...) é necessário impôr novos valores éticos e morais às novas gerações. Os jovens estão-se a perder por terem os paizinhos sempre a "amparar o jogo". Têm tudo o que querem, não têm que lutar por nada, vivem uma vida sem moral, princípios e ética e ainda vêm dizer que "estão mais humanos agora do que nunca"." Subscrevo inteiramente.
O mais espantoso de toda esta questão, é que não foi a suposta população iletrada, rural, a adoptar este tipo de postura (e aí, até talvez se compreendesse, embora não se aceitasse, por terem sido, ao longo de anos, os mais subjugados). Assistimos a novo-riquismo desenfreado, pejado desses clichés mal-educados com os quais julgam brilhar. Nos tempos que correm, se se entrar numa qualquer tasca de aldeia, onde sejamos desconhecidos, de imediato cessam as conversas menos próprias. Existe aí um ambiente de respeito. Ouvem-se o por favor e o obrigado. Já nos círculos sociais urbanos, supostamente desenvolvidos, a má-criação grassa de forma desmesurada, e com tendência a piorar. Talvez fosse necessária uma nova ditadura, que levasse a nova revolução, para ver se desta vez se dava o real valor que Abril teve. A capacidade de, livremente, interagirmos em sociedade, sempre com respeito pelo próximo, porque só depois de Abril passámos a fazer parte de um todo. E, com a vossa licença, calo-me por aqui. Está aberta a discussão... Ponto final.
Falando no caso português, especificamente, estou perfeitamente de acordo quanto à existência desta crise de valores cívicos, mormente nas camadas mais jovens. Não existe o respeito pelo próximo. Cultiva-se uma cultura de um quase-"umbiguismo", o narcisismo absoluto e aburso.
As causas, se bem que não facilmente elencáveis, por diversas, estão à vista. A primeira de todas, a meu ver, e sabendo que firo algumas susceptibilidades, é a péssima adaptação ao pós Revolução de Abril, a má interpretação que dela se fez. Confundiu-se, desde logo, liberdade com libertinagem, direito à palavra com direito à má-educação, queda do fascismo com queda de hierarquias sociais/familiares/laborais. Os amicismos, antes criticados por pertença exclusiva de uma diminuta parcela social (ligada ao poder), proliferaram por todos os sectores da sociedade. Entrou-se num certo facilitismo, em que todos temos direito a tudo, passando por cima de todos, sem que nada façamos para alcançar esse status. E esta errada interpretação da Revolução, passou da geração que a viveu para a geração seguinte. Os jovens-adultos de hoje cresceram a ouvir em casa, na escola, no café, no grupo de amigos, ser esta a melhor e única e inteligente forma de agir.
Cruzei-me, também, especialmente nos corredores das faculdades, com muitos jovens que, mesmo tendo sido educados com base em valores e princípios éticos/cívicos, por uma questão de pseudo-integração, de pseudo-virilidade, acham absolutamente ridículo que se usem, no dia-a-dia, expressões como "desculpe", "com licença", "obrigado". Expressões maricas, segundo a maioria deles. Depois, temos as raparigas que fazem parte desses grupos que, ao abrigo de um pseudo-feminismo bacoco, são ainda piores, tentativa absurda de demonstração de superioridade.
Por fim, aquilo que refere num dos comentários, e bem, o Carlos Sousa. E passo a citar:"(...) é necessário impôr novos valores éticos e morais às novas gerações. Os jovens estão-se a perder por terem os paizinhos sempre a "amparar o jogo". Têm tudo o que querem, não têm que lutar por nada, vivem uma vida sem moral, princípios e ética e ainda vêm dizer que "estão mais humanos agora do que nunca"." Subscrevo inteiramente.
O mais espantoso de toda esta questão, é que não foi a suposta população iletrada, rural, a adoptar este tipo de postura (e aí, até talvez se compreendesse, embora não se aceitasse, por terem sido, ao longo de anos, os mais subjugados). Assistimos a novo-riquismo desenfreado, pejado desses clichés mal-educados com os quais julgam brilhar. Nos tempos que correm, se se entrar numa qualquer tasca de aldeia, onde sejamos desconhecidos, de imediato cessam as conversas menos próprias. Existe aí um ambiente de respeito. Ouvem-se o por favor e o obrigado. Já nos círculos sociais urbanos, supostamente desenvolvidos, a má-criação grassa de forma desmesurada, e com tendência a piorar. Talvez fosse necessária uma nova ditadura, que levasse a nova revolução, para ver se desta vez se dava o real valor que Abril teve. A capacidade de, livremente, interagirmos em sociedade, sempre com respeito pelo próximo, porque só depois de Abril passámos a fazer parte de um todo. E, com a vossa licença, calo-me por aqui. Está aberta a discussão... Ponto final.
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