O HORROR Além do número de vítimas, o que distingue a Shoah de outros genocídios do nosso tempo - o dos arménios, o dos tutsis do Ruanda e o do Darfur, para não falar das purgas estalinistas, da revolução cultural maoísta e dos massacres de Pol Pot -, é a sua frieza científica e "racional": o regime nazi usou a ciência para eliminar metodicamente todos aqueles que via como não-arianos. Milhões de Judeus foram assim assassinados, tal como milhares de ciganos, homossexuais, democratas, comunistas, resistentes ou deficientes.
E é à medida que se vão apagando as vozes das últimas testemunhas da barbárie nacional-socialista, que se torna cada vez mais importante reavivar a memória dos Europeus. É preocupante que o anti-semitismo cresça a olhos vistos, tendo agora como pretexto o problema palestiniano; por outro lado, o ódio aos imigrantes e aos estrangeiros, tal como a crença na superioridade moral da Europa, devem alertar-nos para o perigo de o horror poder um dia regressar.
No início do século XX, quando a Europa era ainda a luz das nações e o farol da civilização, também ninguém julgava possível que um dia viesse a ocorrer tamanha tragédia.
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