respublica

segunda-feira, janeiro 31, 2005

ESTADOS GRIPAIS O que têm em comum Pedro Santana Lopes e o Papa João Paulo II? A resposta é simples: gripe. A diferença entre eles, todavia, é que se o primeiro tem 48 anos e se serve da gripe para inspirar pena - tal como as "dores de costas", aliás -, Karol Woytila tem 84 anos e foi obrigado a repousar pelos médicos.

A vitimização é, de resto, a táctica preferida de Santana. Graças à qual, aliás, a campanha eleitoral se tem transformado numa espécie de combate épico entre o homem e as suas circunstâncias. Ele é vítima da gripe, das dores de costas, dos tabefes dos manos mais velhos, do tempo, da esquerda em geral, das calúnias dos opositores, do Presidente da República, dos intelectuais, dos jornalistas, do país que não o merece, da ingratidão e perfídia dos companheiros de partido... enfim, Santana Lopes é uma vítima da vida e do mundo. E se as legislativas fossem um concurso de coitadinhos, certamente venceria com maioria absoluta - a não ser que tivesse por adversário um mendigo ceguinho, maneta e coxo que eu cá conheço e que costuma pedir dinheiro ali para os lados da Sé de Braga.

Por este andar, nos vinte dias que faltam para as eleições legislativas assistiremos ao lento estertor desta curiosa e patética figura.

_________________________________

P.S.: as enigmáticas declarações de Santana no jantar com "mil mulheres" que teve lugar em Braga, no passado sábado, mostram o quão desesperado o homem se encontra. Insinuar que Sócrates tem "outros colos" que não o das mulheres é do mais baixo que existe.