respublica

segunda-feira, janeiro 24, 2005



MULHERES INTELIGENTES É em pequenas coisas, muitas vezes imperceptíveis aos olhos do observador menos atento, que o machismo persiste na nossa sociedade. Não, este post não é - mas podia ser! - sobre as polémicas declarações do reitor de Harvard, a respeito da pretensa superioridade dos homens no que à ciência diz respeito. Peço-vos que vejam este post como um simples desabafo.

Há dias, discutia-se no meu grupo de amigos a importância da inteligência das mulheres. A "importância", entenda-se, no que diz respeito ao nosso interesse por elas.

Nunca compreendi o medo que alguns homens têm das mulheres inteligentes. Fico estupefacto quando ouço amigos meus - indivíduos que supostamente têm formação superior -, dizerem que não querem gajas inteligentes. Quando lhes pergunto o porquê dessa aversão pelo intelecto feminino, invocam a alegada instabilidade das mulheres inteligentes, o que supostamente impossibilita uma relação bem sucedida. Ou seja, a mulher ideal tem que ser burrinha. E quanto mais burrinha, melhor, a bem da estabilidade da relação.

Quando os ouço dizer este tipo de coisas, penso para comigo que, na verdade, eles têm medo que as gajas inteligentes se apercebam de como eles são vulgares e insignificantes. E de que, por essa razão, os deixem ou troquem por outros. Ou então receiam não as conseguir manobrar a seu bel-prazer, como fariam a raparigas menos abonadas intelectualmente.

Não tenho intenção de me casar, pelo menos nos próximos anos. Mas se um dia o fizer, espero que seja com uma mulher inteligente. E que goste de mim, ainda que descubra a minha vulgaridade e insignificância.