respublica

segunda-feira, janeiro 31, 2005

LIBERDADE Um dos sintomas de que algo vai mal na bafienta "partidocracia" portuguesa é a falta de democracia interna nos partidos. Claro que existem congressos e eleições internas democráticas, pelo menos em teoria. Mas existirá verdadeira liberdade de pensamento e de expressão? Sendo os partidos actuais compostos por grupos de "amigos" e de interesses mais ou menos claros (ou obscuros?), haverá espaço para a liberdade de pensamento? A pergunta, em si, é ingénua quanto baste, pois é óbvio que não existe verdadeira liberdade de expressão e de pensamento no interior dos partidos políticos.

Creio que é chegado o tempo de os partidos políticos deixarem de ser encarados como exércitos compostos por soldados prontos para o combate - em cujas fileiras se ascende como nas da tropa -, para passarem a ser espaços de liberdade, abertos a todos e ao serviço do país. E para isso há que reformar os estatutos partidários, abrir a política a personalidades independentes, criar círculos uninominais, escolher os candidatos a deputados através de eleições "primárias", exigir verdadeira transparência nas contabilidades partidárias, e pôr em prática muitas outras medidas que, como estas, não são do agrado das actuais élites partidárias. Pois quem está no poder, por mais pequena que seja a sua horta, não gosta que lhe façam sombra.