O HOMEM QUE QUERIA SER REI (I) um dos meus filmes preferidos é, sem dúvida, "O Homem Que Queria Ser Rei", de John Houston (1975), baseado na obra homónima de Kipling ("The Man Who Would Be a King").
O filme conta a história de dois aventureiros britânicos nas montanhas da Ásia Central, em finais do século XIX. Danny e Peachy (Sean Connery e Michael Caine, respectivamente) são dois veteranos do exército britânico da Índia que, em busca de ouro e glória, partem para o mítico reino do Kafiristão, no norte do Afeganistão. Depois de muitas peripécias, no decurso das quais quase perdem as vidas, os dois malandros acabam por chegar ao seu destino; e depois de outras tantas peripécias, nas quais os seus conhecimentos militares se revelam decisivos, Danny e Peachy acabam por se tornar senhores do país e das suas riquezas, colocando-se ao serviço dos vários chefes tribais que há anos se guerreiam mutuamente.
Mas o inesperado acontece: no decurso de uma batalha, uma flecha atinge Danny no peito, derrubando-o do cavalo. Todos o consideram morto, mas, para espanto geral, Danny levanta-se como se nada fosse! Os nativos, impressionados com tão divina atitude, caem-lhe aos pés em sinal adoração. Julgam-no uma reencarnação do seu deus "Sikandre", que na Antiguidade conquistara o Kafiristão. Claro que Danny e Peachy sabiam que a flecha fora travada por um simples medalhão, e que este tal "Sikandre" era Alexandre, o Grande.
Danny depressa se habitua ao seu novo papel de deus-vivo, passando mesmo a ter uma certa preocupação pelo bem estar dos seus novos súbditos. Manda construir pontes e edifícios, cria um exército, cunha moeda, etc. Todos os seus sonhos se concretizam. E, tal como Alexandre, apaixona-se pela sua bela Roxanne, a quem pretende desposar. Mas o destino, cruel e irónico, reservaria uma última surpresa aos dois aventureiros...
Acho este filme inesquecível pelo fino sentido de humor e espírito aventureiro que o perpassa; e há ainda a profunda amizade e sentido de honra partilhados pelas duas personagens principais, que atingem o auge no trágico final. Além disso, "O Homem Que Queria Ser Rei" é uma interessante reflexão sobre a sociedade colonial e o contacto entre povos e culturas tão diferentes.
Uma película divertida, emocionante e com excelentes interpretações, que nos faz pensar que já não se fazem filmes assim.
1 Comments:
Meu caro, realmente é um dos mais cativantes filmes que já assisti, tanto que o tenho em casa em DVD. Se me permite uma correção, Daniel Travot não caiu do cavalo ao ser atingido pela flexa e, a tal flexa não "travou" em um medalhão e sim em uma espécie de cartucheira que ele lavava cruzada no peito.
Mas mesmo assim não o sendo, a película não perderia nada de seu brilhantismo.
Parabéns pelo bom gosto.
By SerMan, at quinta-feira, abril 08, 2010 1:27:00 da tarde
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