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segunda-feira, fevereiro 02, 2004




A BANALIDADE DO MAL Soube, via Latinista Ilustre, que se completam hoje sessenta anos desde a libertação de Auschwitz-Birkenau.

Afirmo sem qualquer dúvida que o Holocausto foi o maior crime alguma vez cometido. E digo-o não apenas pela magnitude da tragédia, mas também pela frieza e o calculismo com que o governo de um país civilizado decidiu assassinar milhões de pessoas, como se se tratasse de uma simples decisão administrativa. Causa-me arrepios a racionalidade, a ausência de qualquer compaixão e o cinismo com que os guardas do campo mandavam os velhos e as crianças "tomar duche", mal estes saíam dos combóios.

Não compreendo como homens normais - vulgares pais de família - foram capazes de pactuar com um sistema tão monstruoso, pondo de parte qualquer sentimento de humanidade.

Por mais tempo que passe, e por muito que se diga e escreva sobre a Shoah, nunca compreenderei como foi isto possível.