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quarta-feira, fevereiro 04, 2004

O PARAÍSO (II) "Ora, o Senhor Deus tinha plantado um jardim no Éden, do lado do oriente, e colocou nele o homem que havia criado. O Senhor Deus fez brotar da terra toda sorte de árvores, de aspecto agradável, e de frutos bons para comer; e a árvore da vida no meio do jardim, e a árvore da ciência do bem e do mal. Um rio saía do Éden para regar o jardim, e dividia-se em seguida em quatro braços: O nome do primeiro é Fison, e é aquele que contorna toda a região de Evilat, onde se encontra o ouro. (O ouro dessa região é puro; encontra-se ali também o bdélio e a pedra ônix.) O nome do segundo rio é Geon, e é aquele que contorna toda a região de Cusch. O nome do terceiro rio é Tigre, que corre ao oriente da Assíria. O quarto rio é o Eufrates. O Senhor Deus tomou o homem e colocou-o no jardim do Éden para cultivá-lo e guardá-lo." (Gén. 2, 8-15)

Esta passagem do livro do Génesis dá-nos algumas pistas sobre a localização do mítico jardim do Éden. Parece-me óbvio que este texto bíblico será uma alegoria sobre o nascimento da civilização. É fácil identificar o Tigre e o Eufrates, e sabemos hoje que a Mesopotâmia - as terras situadas entre estes dois grandes rios - foi um dos berços da civilização humana.

Todavia, não é tão fácil identificar os outros dois rios referidos no texto. Existem várias explicações: uma delas, sustentada pelo prof. Eric Rohl, sustenta que o Fison e o Geon seriam, respectivamente, o Vizun e o Gihon, dois rios que correm nas planícies do actual Iraque. O Prof. Rohl fundamenta a sua tese com o facto de os topónimos referidos no Génesis, em hebraico, serem corruptelas dos nomes destes rios. Tendo identificado os quatro rios, o Prof. Rohl acredita que o Éden seria uma faixa de terra com cerca de 16 km de comprimento, situada no centro da Mesopotâmia.

Outros estudiosos pensam que o Geon seria o Nilo, devido ao facto de esta passagem do Génesis fazer referência ao país de Cush (Núbia/Etiópia). Nesse caso, o texto bíblico falaria do nascimento da civilização na Mesopotâmia (Suméria), e nos vales do Nilo e do Indo, pois os mesmos investigadores afirmam que o Fison seria este último rio.

Interessante, não?