RELATIVISMOS O Público de hoje fala do aumento dos casos de infanticídio em França. Toda a ênfase do artigo é colocada no desespero das assassinas: a jornalista cita alguns especialistas que falam do "grande sofrimento" em que se encontram as mães que matam os seus bébés, por alegadamente sentirem que não são capazes de criar os seus rebentos. Porquê esta tendência para a desculpabilização? Porque não falar também no desespero do marido que mata a mulher para casar com outra, ou do "grande sofrimento" do assalariado que um dia perde a cabeça e mata o patrão autoritário? Claro que cada caso é um caso, e os juízes devem ter em conta as circunstâncias, mas tirar uma vida não pode ter perdão possível. Nem é um acto que possa ser relativizado ou desculpabilizado em nome de um qualquer sentimentalismo políticamente correcto.
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