PERCURSOS À primeira vista, o percurso político de Diogo Freitas do Amaral pode parecer incoerente. Como escrevia há dias um editorialista da nossa praça, não se pode esperar permanecer "impune" quando se passa da Câmara Corporativa para as manifestações anti-Bush. No entanto, a sua evolução ideológica parece mais coerente que a do partido por si fundado, o CDS.
O CDS é um partido que em tempos foi de "centro", passando depois para a Direita; é também um partido que ainda há poucos anos se assumia como nacionalista e anti-europeísta, mas que mais tarde se converteu. Além disso, é a única força política com assento parlamentar que "rompe" sucessivamente com os anteriores líderes (Freitas do Amaral, Lucas Pires, Manuel Monteiro...), reiventando-se a cada nova direcção. Não tem, por isso, grande moral para apontar o dedo às "incoerências" dos outros.
Quanto ao Prof. Freitas do Amaral, não parece que o que ele hoje defende seja diferente do que defendia há 20 anos. O mundo mudou, os partidos mudaram, e as definições de Direita e Esquerda também. Mas o Prof. Freitas defende exactamente o mesmo que advogava há duas décadas. Não foi ele que virou à Esquerda; as pessoas que em tempos o rodeavam é que deslizaram para a Direita.
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P.S.: Winston Churchill é uma das figuras mais reverenciadas pela Direita, incluindo vários dirigentes do CDS (pelo menos, a avaliar por algumas entrevistas que li ou a que assisti nos últimos anos). Esta admiração por Churchill tornou-se ainda mais visível aquando da polémica em torno da invasão do Iraque, altura em que o estadista britânico foi inúmeras vezes citado ou referenciado publicamente por diversas personalidades ligadas ao PSD e ao CDS. Ora estes senhores, que tanto admiram Churchill e que ao mesmo tempo criticam Freitas do Amaral, deviam saber que o próprio Churchill mudou de partido duas vezes: no início do século XX, abandonou o Partido Conservador para não ser forçado a "continuar a dizer coisas idiotas", ingressando no Partido Liberal - no seio do qual defendeu medidas então consideradas de Esquerda, como a criação de um sistema de pensões para os idosos, embora ele não fosse socialista. Trinta anos depois, porém, regressou ao Partido Tory. Os grandes homens são assim: ousam pensar pela própria cabeça. Umas vezes por orgulho ou vaidade, outras por lucidez.
O CDS é um partido que em tempos foi de "centro", passando depois para a Direita; é também um partido que ainda há poucos anos se assumia como nacionalista e anti-europeísta, mas que mais tarde se converteu. Além disso, é a única força política com assento parlamentar que "rompe" sucessivamente com os anteriores líderes (Freitas do Amaral, Lucas Pires, Manuel Monteiro...), reiventando-se a cada nova direcção. Não tem, por isso, grande moral para apontar o dedo às "incoerências" dos outros.
Quanto ao Prof. Freitas do Amaral, não parece que o que ele hoje defende seja diferente do que defendia há 20 anos. O mundo mudou, os partidos mudaram, e as definições de Direita e Esquerda também. Mas o Prof. Freitas defende exactamente o mesmo que advogava há duas décadas. Não foi ele que virou à Esquerda; as pessoas que em tempos o rodeavam é que deslizaram para a Direita.
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P.S.: Winston Churchill é uma das figuras mais reverenciadas pela Direita, incluindo vários dirigentes do CDS (pelo menos, a avaliar por algumas entrevistas que li ou a que assisti nos últimos anos). Esta admiração por Churchill tornou-se ainda mais visível aquando da polémica em torno da invasão do Iraque, altura em que o estadista britânico foi inúmeras vezes citado ou referenciado publicamente por diversas personalidades ligadas ao PSD e ao CDS. Ora estes senhores, que tanto admiram Churchill e que ao mesmo tempo criticam Freitas do Amaral, deviam saber que o próprio Churchill mudou de partido duas vezes: no início do século XX, abandonou o Partido Conservador para não ser forçado a "continuar a dizer coisas idiotas", ingressando no Partido Liberal - no seio do qual defendeu medidas então consideradas de Esquerda, como a criação de um sistema de pensões para os idosos, embora ele não fosse socialista. Trinta anos depois, porém, regressou ao Partido Tory. Os grandes homens são assim: ousam pensar pela própria cabeça. Umas vezes por orgulho ou vaidade, outras por lucidez.
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