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quinta-feira, janeiro 29, 2004




O MITO DE IFIGÉNIA Quando a bela Helena, esposa de Menelau, foi raptada por Páris, os princípes gregos organizaram uma poderosa expedição contra Tróia, liderada por Agamémnon, rei de Micenas e irmão de Menelau.

Transportado em mais de mil navios, o exército helénico preparava-se para partir de Aulis, na Beócia, onde se reunira. Mas Ártemis, despeitada com o sacrilégio de Agamémnon, que pouco antes abatera uma corça num dos bosques sagrados da deusa, suscitou uma súbita calmaria que impediu as naves de se fazerem à vela. Ártemis anunciou de seguida a Agamémnon que a sua cólera só ficaria aplacada com o sacrifício de Ifígénia, uma das filhas do rei. Só assim o exército poderia partir. Agamémnon, cuja crueldade e rapacidade eram sobejamente conhecidas, aceitou o preço determinado pela deusa, decidindo-se a sacrificar a própria filha.

Mas a deusa mudou de ideias no decorrer do ritual; Ártemis compadeceu-se de Ifigénia, substituindo-a por uma corça, sem que no entanto Agamémnon se desse conta da substituição. E entretanto, Artémis levou Ifigénia para a Táurida, onde se tornou sua sacerdotisa. Isto, contudo, sem que ninguém mais soubesse que ela ainda vivia.

Dez anos depois, Agamémnon regressou finalmente de Tróia. Mas Clitmenestra, mãe de Ifigénia, que jamais perdoara ao marido a morte da filha, estava desejosa de vingança. Com a ajuda do seu amante Egisto, planeou o assassínio de Agamémnon. E juntos, num episódio que a literatura grega imortalizou (Sófocles, Ésquilo, etc), mataram o rei quando este saía do banho. Cassandra, a princesa troiana irmã de Páris que Agamémnon recebeu como despojo de guerra, caíu também assassinada.

A tragédia da família Átrida ficou completa quando os filhos de Agamémnon e Clitmenestra, Orestes e Electra, vingaram a morte do pai assassinando a mãe e o amante.

Entretanto, Orestes ficou a saber que Ifigénia ainda vivia e que se encontrava na Táurida. Com a ajuda do seu amigo Pílades, libertou-a e levou-a para a Ática, onde se tornou sacerdotisa de Ártemis no santuário de Brauron.

Entretanto, encontrei o seguinte texto neste site:

"A despeito de seu relevante papel na lenda heróica, Ifigênia era primitivamente uma divindade pré-helênica, ligada à fertilidade da natureza e também à morte, e posteriormente foi assimilada a Ártemis e mesmo considerada uma de suas manifestações. Ifigênia também era confundida com Hécate, outra divindade associada a Ártemis e a seus aspectos mais sombrios.

Ártemis e Ifigênia eram cultuadas juntas em diversos santuários, especialmente em Brauron, na Ática, e em Mégara, perto do istmo de Corinto. Uma certa quantidade de imagens do sacrifício de Ifigênia e de seu resgate em Táuris chegaram até nós."