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quarta-feira, fevereiro 15, 2006

TEMPLO DE SALOMÃO Na página 44 da edição de hoje do Público lê-se o seguinte, numa pequena nota sobre um programa do Canal História sobre "As Tábuas de Pedra do Rei Salomão":

"(...) A descoberta de uma tábua de pedra com umas inscrições causou sensação, face à possibilidade de um resto arqueológico do lendário Templo de Salomão, do qual apenas se encontraram referências na bíblia (...)".

O texto tem outras incorrecções, mas foi esta que mais me chamou a atenção. Pergunto-me se o autor terá alguma vez ouvido falar no Muro das Lamentações, o local mais sagrado do Judaísmo. Ora o Muro não é mais que o remanescente do antigo Templo de Salomão. É verdade que ao longo de séculos o Templo foi reconstruído várias vezes, e que Herodes o Grande o ampliou consideravelmente. E independentemente de Salomão ter sido uma personagem real ou não, sabe-se que o Templo existiu de facto.

O Templo foi destruído pelos Romanos no ano 70 d.C., no fim da Guerra Judaica. No século IV, Juliano O Apóstata tentou reconstruí-lo - para assim desafiar os Cristãos -, mas uma série de portentos (então) inexplicáveis obrigaram-no a interromper os trabalhos. Muitos anos depois, os Muçulmanos construíram no local a Mesquita de Al Aqsa, o terceiro lugar mais sagrado do Islão, de onde Maomé terá sido elevados aos céus.

Mesmo tratando-se de uma secção que se poderia considerar "menor", é lamentável que um jornal de referência como o Público cometa erros dessa natureza.