respublica

quarta-feira, julho 27, 2005

COMPREENDER OS TERRORISTAS? Perante o horror do terrorismo, e mesmo sentindo na pele os seus efeitos, muitos europeus continuam a ver os atentados como uma espécie de punição pelos pecados colectivos do Ocidente.

Imaginemos um homem que nasce num bairro miserável, no seio de uma família pobre e desestruturada. Tem uma infância difícil e violenta, pouco aproveitamento escolar e cedo envereda por uma vida de delinquência.

Suponhamos que esse homem se torna um criminoso altamente perigoso, um assassino sem escrúpulos, ladrão de bancos e traficante de droga.

Devemos nós tentar "compreender" o que o leva a matar inocentes e a cometer crimes que lesam a sociedade? Devemos nós dialogar com esse homem? Devemos nós "justificar" as suas acções com a eterna desculpa de uma infância pobre e difícil?

Fazê-lo seria o mesmo que defender que todos aqueles que levam existências difíceis têm legitimidade para cometer crimes. Ora sabemos que a esmagadora maioria dessas pessoas - e no nosso país, os pobres são cerca de 20 por cento da população -, não são criminosos. Pois só é criminoso quem quer.

O mesmo se pode dizer a respeito do fascismo. Devemos nós procurar compreender o fascismo e o nazismo? Ainda não ouvi um único desses pseudo-pacifistas-treinadores-de-bancada que pululam pela Europa defender ser necessário "compreender" ou "dialogar" com os movimentos neo-nazis.

Querer compreender as motivações dos terroristas é conferir-lhes legitimidade. A única compreensão que devemos procurar alcançar será aquela que nos permita vencê-los mais depressa.

Deixemo-nos de "mas" e de "ses" que mais não são que uma mentalidade masoquista, própria dos complexos de culpa que muitos ocidentais sentem por viverem numa sociedade de bem estar, livre e democrática.