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segunda-feira, fevereiro 07, 2005

JERÓNIMO Num post intitulado "Rendido", o Timoteo escreveu o seguinte, a respeito da entrevista de Jerónimo de Sousa à RTP:

"A partir de um dado momento deixei de sentir qualquer capacidade crítica. Primeiro pensei que fosse piedade e depois descobri que era outra coisa. Uma extraordinária humildade. Uma grande simplicidade e honestidade. A entrevista a Jerónimo de Sousa estava a ser uma verdadeira lição para os políticos "profissionais". Era um homem simplório sem dúvida mas um grande homem que ficava muito acima dos outros políticos sofisticados que eu tinha escutado até aí. Não era a conversa do costume. Não era a conversa da arrogância e do autoritarismo intelectual pseudo-vanguardista de Louçã que seduz todos os idiotas frágeis nas suas convicções e no seu saber. A parte final da entrevista essa foi notável. A moral de um comunista não é a moral das causas fracturantes. Essas que fiquem para as calendas gregas e para os intelectuais do Bloco de Esquerda. A moral de um comunista é a moral dos operários que têm filhos para criar numa família que é a deles e que se preocupam com a sua felicidade futura."

Penso que de todos os líderes partidários, Jerónimo de Sousa aparenta ser a melhor pessoa. Não sou comunista, nem tão pouco tenho simpatia pelos ideais marxistas, mas partilho, contudo, das preocupações sociais do PCP, pois enquanto cristão entendo que a economia deve beneficiar todos os cidadãos - embora no âmbito de um sistema de mercado, evidentemente. E de todos os cabeças de lista que concorrem nestas eleições, Jerónimo de Sousa parece de facto ser o mais bem intencionado. Com um discurso e uma ideologia ultrapassada, é certo, mas bem intencionado, humilde, trabalhador e honesto.

Basta ver a postura de Jerónimo em campanha: quando visita fábricas e se encontra rodeado de operários, os olhos brilham-lhe com aquele sentimento característico de quem se sente em casa e rodeado pelos seus. Ao contrário dos outros líderes partidários, não mostra desconforto ao contactar com o país real. Além de que um operário metalúrgico que, a grande custo e através de uma aprendizagem autodidacta, ascende ao Parlamento e à chefia de um grande partido, só me pode merecer respeito e admiração.