DOGMAS A recente recusa da esquerda parlamentar europeia em aceitar o italiano Rocco Buttiglione como Comissário da Justiça e Direitos Humanos, mostra o quão intolerantes, sectários e fundamentalistas conseguem ser os profetas dos dogmas do "politicamente correcto".
Buttiglione é um eminente filósofo, um político de reconhecida competência e um intelectual com grande “bagagem” cultural. Não existe nenhuma razão objectiva que o torne indigno da pasta de Comissário. Aqueles que o acusam dos "pecados capitais" de intolerância ou obscurantismo esquecem que o próprio reconheceu publicamente que existe uma clara distinção entre direito e moral, e que muitas coisas que ele considera "imorais" não têm necessariamente de ser proibidas. Por exemplo, o facto de ele, enquanto católico, considerar a homossexualidade um pecado, não significa que entenda que o Estado se deva intrometer em tais assuntos. Ao afirmar isto, Buttiglione deu uma lição de laicismo e tolerância aos arautos do "politicamente correcto", que com tanto zelo se têm tornado os Inquisidores dos nossos dias.
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