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quinta-feira, setembro 30, 2004



FALSA TOLERÂNCIA No Diário Ateísta, o Carlos Esperança escreveu o seguinte:

"(...) Que João César das Neves acredite em Deus e na Senhora de Fátima, que exulte com as aparições e se exalte com os milagres, que se comova com o martírio do seu Deus e acredite na virtude da sua Igreja é um direito que encontra em mim um denodado defensor. Mas que queira converter os outros à sua fé, sujeitá-los aos humores do seu Deus, amarrá-los às imposições da sua Igreja, assustá-los com o Inferno, convencê-los das superstições e condená-los à moral importada da Cúria Romana, é um exagero que se desculpa num devoto mas um despautério que arrepia num universitário."

Acho engraçada esta forma de pensar de certos ateus: Que as pessoas tenham as suas crenças, pá, tudo bem, desde que não incomodem. Ou que não ocupem cargos de responsabilidade. Ou que não o digam em voz alta! Ou que não escrevam sobre isso!

Ou seja, aqueles que têm uma religião não devem apregoar a sua crença. Mas eles, os ateus iluminados, têm o direito de fazer propaganda anti-religiosa... muitas vezes recorrendo ao mais puro fel e à mais primária intolerância.

Todos temos o direito de possuir ou não uma religião, e de assumir abertamente as nossas crenças ou descrenças, desde que o façamos com respeito pelos outros. Ninguém é mais ou menos inteligente, boa pessoa ou culto pelo facto de acreditar ou não numa Divindade.

Deixo um conselho aos ateus fundamentalistas: respeitem os outros na medida em que vocês próprios querem ser respeitados. É verdadeiramente triste que ainda não tenham aprendido isso.