respublica

quinta-feira, setembro 25, 2003




HÁ COISAS QUE NUNCA MUDAM e a estupidez parece ser uma delas. Encontrei o seguinte texto num site brasileiro criado durante a guerra do Kosovo. É um exemplo do anti-americanismo primário:


"(...) a recuperação econômica que Roosevelt estava tentando conseguir não avança. A única maneira de pôr a economia fora da depressâo era meter os E. U. em uma guerra importante. Roosevelt e seus mentores, os banqueiros internacionais, queriam a guerra. Uma sondagem Gallup pre-guerra, 1940, mostrou 88 por cento opostos à participação americana na guerra européia. Os cidadãos compreenderam que a participação dos E. U. na I guerra mundial não tinha feito um mundo melhor. Em 1940 (ano de eleiçôes), em um discurso Roosevelt diz tipicamente: " eu tenho dito isto antes, mas eu di-lo-ei repetidas vezes mais : Seus filhos não irâo ser enviados em nenhumas guerras extrangeiras. " A melhor maneira enganar as massas seria portanto provocar um ataque.

Provocar a Alemanha não resultou - durante os primeiros dias da II guerra mundial, o presidente ofereceu numerosas provocações à Alemanha : congelando seus recursos; enviando 50 destroyers à Grâ Bretanha; e carregando submarinos de profundidade. Mas os alemães não retaliaram. Sabiam que a entrada de América na I guerra mundial tinha deslocado a o peso da balança contro eles, e evitavam uma repetição desse cenario.
provocar o Japão - começou com os boicotes e os embargos de Japão (aço, carvão e petróleo). Os E. U. encurralaram Japão em um canto e Japão não viu nenhum outro escape do que o imperialismo. Assim tentaram tomar as minas de ferro de Manchuria e os campos de petróleo e do carvão de Indonésia para fazer-se auto-suficientes. 26 de Novembro -- apenas 11 dias antes do ataque japonês -- os E. U. fazem um ultimatum que exige, como pré-requisitos recomeçado do comércio, que Japão retira todas as tropas de China e de Indochina, e revogam de fato seu tratado tripartido com Alemanha e Italia.

Pearl Harbor - a isca oferecida ao Japão foi a armada dos E. U. no Pacífico. 1940 - Decisão de Roosevelt para basear permanentemente a frota em Havaí em vez do seu berço normal na costa ocidental dos E. U.. Pearl Harbor era vulnerável ao ataque, sendo abordável de todos os lados. Os E. U. decifraram o código diplomatico secreto de Japão em 1940. Roosevelt soube que os japoneses estavam para atacar Pearl Harbor. Washington fêz tudo para facilitar o assalto japonês, à exceção das armas estratégicas: os porta-aviões foram postos em segurança. 2500 vidas foram sacrificadas para fazer os carneiros aceitar a guerra."



É curioso como o anti-americanismo faz com que certas pessoas defendam a Alemanha Nazi e o Japão imperial ("O Japão não viu nenhum outro escape do que o imperialismo" ... coitadinhos dos japoneses!)...

Quanto a Pearl Harbour, não creio que o governo americano estivesse disposto a sacrificar a maior parte da frota do Pacífico, apenas para ter um pretexto para a guerra. Há formas mais simples de o conseguir (por ex., o chamado "incidente do golfo de Tonkim", em 1965, ou as tão faladas provas falsificadas das armas químicas do Iraque), embora, como se sabe, a opinião pública americana fosse contra a guerra. Porque não provocar um pequeno incidente em alto mar, que seria imediatamente considerado um casus belli? Seria muito mais fácil, para não referir que se poupariam 2500 vidas e a maior parte da armada americana do Pacífico...


Em relação aos porta aviões, estavam em manobras no alto mar... mas nem por isso menos indefesos em relação aos caças japoneses. Aliás, estavam até mais desprotegidos. O que se passou é que o estado maior nipónico sempre deu mais importância aos couraçados que aos meios aeronavais. A batalha de Midway provou como os japoneses estavam enganados.

Teorias da conspiração há muitas, e com a vaga anti-americana que atravessa a intectualidade europeia, as teses mais absurdas acabam por ganhar terreno. Independentemente dos erros que a administração Bush cometa, não podemos confundir o governo americano com a nação que representa.

Para saber mais sobre Pearl Harbour, podem visitar um site que encontrei. Quanto ao célebre filme homónimo, acho que não passa de um grande dramalhão mal concebido, com imprecisões históricas graves.