11 DE SETEMBRO Seria impossível deixar de falar nisto. Há coisas que, por muito que tentemos, não podemos ignorar.
Temos assistido aos mais diversos comentários a respeito deste assunto. Uns falam em "Cruzada contra o Mal", vendo na origem do atentado a mão (in)visível do Mal Absoluto, que existe em cada muçulmano. Misturam islamismo com terrorismo, como se em cada muçulmano existisse um terrorista. Esquecem que a civilização islâmica, no seu apogeu (séc. IX a XII), era aberta, tolerante e muito desenvolvida. Bagdad já tinha hospitais e universidades, quando Londres e Paris eram simples aldeolas. Esquecem que foram os cruzados europeus que primeiro desencadearam guerras de religião (à excepção claro, da Guerra Santa proclamada pelo Profeta Maomé no século VII).
Outros, no extremo oposto (e mais visibilidade no nosso espaço mediático), acusam a América por tudo o que acontece de mal no mundo, incluindo as suas próprias desgraças; senão vejamos:
- Pearl Harbour foi atacada pelos japoneses e metade da frota americana destruída? Foi culpa dos americanos, que quiseram molhar os pés no Pacífico! E o presidente americano - essa suprema entidade maléfica - sabia com antecedência do ataque, e que milhares de americanos morreriam para que ele tivesse pretexto para, de forma imperialista, atacar o Japão (essa grande nação democrática e respeitadora do direito internacional).
- Os EUA interviram no Vietname de forma errada. Mais uma vez, os imperialistas atacam povos indefesos que queriam ser livres. Afinal, Ho-Chi-Min era um grande democrata, com o apoio de outras grandes democracias, como a China e a URSS. Aliás, os EUA deviam seguir o exemplo desta última, intervindo em defesa da liberdade dos povos, como fez no Afeganistão, em 1979!
- Os EUA são os culpados do problema afegão. É que é mentira que a URSS tenha invadido este país; simplesmente, interviu para o libertar. E os resistentes eram apenas criminosos anti-democráticos, que tinham o apoio dessa ditadura que são os EUA. Se estes não tivessem ajudado os resistentes, os afegãos eram hoje um povo feliz, à semelhança de outros povos felizes, como os vietnamitas, os cambojanos e os norte-coreanos.
- Deu-se o 11 de Setembro? A culpa foi da América, esse Grande Satã que quer impôr ao mundo a sua vontade. Saddam, Bin Laden, Mullah Omar e outros que tais, são apenas combatentes pela liberdade, que têm pena das criancinhas esfomeadas. São grandes líderes que defendem as nobres tradições dos seus povos, como o uso da burkha e a imposição da sharia - não nos cabe a nós dizer se é certo ou errado, porque para a extrema esquerda o bem e o mal são conceitos relativos; aliás, só existe um mal absoluto que é o da livre iniciativa capitalista.
Parece-me que os problemas do mundo radicam nestas duas visões antagónicas. Ambas são redutoras e mesquinhas; ambas esquecem a História e as suas lições; e ambas justificam o Mal com a necessidade de defender o Bem, esquecendo que o Bem até pode por vezes abarcar conceitos relativos, mas o MAL é igual tanto no oriente como no ocidente. Só o desprezo pela vida humana e pela liberdade podem fazer com que ódios ideológicos triunfem sobre a causa comum que é o Bem da Humanidade.
Os mentores e os executores do terrorismo interncional não são os esfoemados das favelas do Cairo ou Aman. São homens como Bin Laden e Mohamed Atta, de classe média urbana ou mesmo milionários, com alta formação e cultura cosmopolita, que atacam o Ocidente em nome da intolerância, do ódio e da falsa interpretação da lei islâmica. Aliás, ainda não vi uma única alocução de Bin Laden e seus sequazes em que este fale da pobreza do Médio Oriente, ou da falta de democracia.
Nada pode justificar a morte de civis inocentes. E é pena que algumas pessoas esqueçam isso, em nome de um antiamericanismo primário.
Temos assistido aos mais diversos comentários a respeito deste assunto. Uns falam em "Cruzada contra o Mal", vendo na origem do atentado a mão (in)visível do Mal Absoluto, que existe em cada muçulmano. Misturam islamismo com terrorismo, como se em cada muçulmano existisse um terrorista. Esquecem que a civilização islâmica, no seu apogeu (séc. IX a XII), era aberta, tolerante e muito desenvolvida. Bagdad já tinha hospitais e universidades, quando Londres e Paris eram simples aldeolas. Esquecem que foram os cruzados europeus que primeiro desencadearam guerras de religião (à excepção claro, da Guerra Santa proclamada pelo Profeta Maomé no século VII).
Outros, no extremo oposto (e mais visibilidade no nosso espaço mediático), acusam a América por tudo o que acontece de mal no mundo, incluindo as suas próprias desgraças; senão vejamos:
- Pearl Harbour foi atacada pelos japoneses e metade da frota americana destruída? Foi culpa dos americanos, que quiseram molhar os pés no Pacífico! E o presidente americano - essa suprema entidade maléfica - sabia com antecedência do ataque, e que milhares de americanos morreriam para que ele tivesse pretexto para, de forma imperialista, atacar o Japão (essa grande nação democrática e respeitadora do direito internacional).
- Os EUA interviram no Vietname de forma errada. Mais uma vez, os imperialistas atacam povos indefesos que queriam ser livres. Afinal, Ho-Chi-Min era um grande democrata, com o apoio de outras grandes democracias, como a China e a URSS. Aliás, os EUA deviam seguir o exemplo desta última, intervindo em defesa da liberdade dos povos, como fez no Afeganistão, em 1979!
- Os EUA são os culpados do problema afegão. É que é mentira que a URSS tenha invadido este país; simplesmente, interviu para o libertar. E os resistentes eram apenas criminosos anti-democráticos, que tinham o apoio dessa ditadura que são os EUA. Se estes não tivessem ajudado os resistentes, os afegãos eram hoje um povo feliz, à semelhança de outros povos felizes, como os vietnamitas, os cambojanos e os norte-coreanos.
- Deu-se o 11 de Setembro? A culpa foi da América, esse Grande Satã que quer impôr ao mundo a sua vontade. Saddam, Bin Laden, Mullah Omar e outros que tais, são apenas combatentes pela liberdade, que têm pena das criancinhas esfomeadas. São grandes líderes que defendem as nobres tradições dos seus povos, como o uso da burkha e a imposição da sharia - não nos cabe a nós dizer se é certo ou errado, porque para a extrema esquerda o bem e o mal são conceitos relativos; aliás, só existe um mal absoluto que é o da livre iniciativa capitalista.
Parece-me que os problemas do mundo radicam nestas duas visões antagónicas. Ambas são redutoras e mesquinhas; ambas esquecem a História e as suas lições; e ambas justificam o Mal com a necessidade de defender o Bem, esquecendo que o Bem até pode por vezes abarcar conceitos relativos, mas o MAL é igual tanto no oriente como no ocidente. Só o desprezo pela vida humana e pela liberdade podem fazer com que ódios ideológicos triunfem sobre a causa comum que é o Bem da Humanidade.
Os mentores e os executores do terrorismo interncional não são os esfoemados das favelas do Cairo ou Aman. São homens como Bin Laden e Mohamed Atta, de classe média urbana ou mesmo milionários, com alta formação e cultura cosmopolita, que atacam o Ocidente em nome da intolerância, do ódio e da falsa interpretação da lei islâmica. Aliás, ainda não vi uma única alocução de Bin Laden e seus sequazes em que este fale da pobreza do Médio Oriente, ou da falta de democracia.
Nada pode justificar a morte de civis inocentes. E é pena que algumas pessoas esqueçam isso, em nome de um antiamericanismo primário.
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