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segunda-feira, novembro 06, 2006

BANCA Em Portugal, poucos sectores têm tão má imagem pública como a banca. Do parlamento ao café da esquina, não há quem não se queixe dos "lucros escandalosos" dos bancos. Quanto a isto, devo dizer três coisas:

1. Os bancos portugueses têm ainda muito que evoluir no que diz respeito à transparência da sua relação com os clientes.

2. Ao contrário de outras entidades reguladoras nos respectivos sectores de actividade, o Banco de Portugal raramente se pronuncia contra os interesses da banca. Por exemplo, porque é que a entidade liderada por Vítor Constâncio não cria um simulador de custos, de forma a que os clientes possam comparar a oferta dos vários bancos? Neste domínio, o simulador criado pela Comissão do Mercado de Valores Mobiliários , é um bom exemplo.

3. Desiludam-se os Louçãs e demais puritanos da nossa praça: os bancos portugueses são rentáveis porque são bem geridos. Se todos os sectores fossem como a banca, o país estaria muito melhor! E além disso, a boa situação dos bancos portugueses é uma "almofada" para muitas famílias vítimas da crise. Se esses bons elementos fundamentais não existissem, o financiamento no exterior seria ainda mais dispendioso para os bancos e para os consumidores. Haja, por isso, menos demagogia.