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terça-feira, novembro 15, 2005

GRAVES Vs. MASSIE Nas últimas semanas li dois romances históricos bastante conhecidos, ambos passados na Roma de antanho: "Eu, Cláudio", de Robert Graves, e "Augusto", de Allan Massie. As duas obras foram escritas na primeira pessoa, sendo que Graves e Massie tentaram "entrar na pele" dos imperadores Cláudio e Augusto, respectivamente.

Alguns críticos anglo-saxónicos consideram Massie "o" herdeiro de Graves. No site da Amazon, por exemplo, lê-se a seguinte recensão:

"There is no doubt that Allan Massie has incontrovertibly established himself as the master of Roman historical fiction and the heir apparent to Robert Graves. His narratives of intrigue in the Roman Empire are always totally compelling and the large readership they have acquired is no surprise whatsoever."

Não concordo com os que colocam Massie ao nível de Graves. Em primeiro lugar, este último utilizava uma linguagem muito mais elegante que a de Massie. Em segundo lugar, Graves tinha um maior conhecimento da história e cultura das civilizações do Mundo Antigo, o que lhe permitia enriquecer as suas obras de forma significativa.

Assim se explica que obras como "Eu, Claúdio", "Cláudio, o Deus" ou mesmo "Conde Belisário" sejam muito superiores, em meu entender, a "Augusto", "Tibério" ou "César".

E na minha opinião, a haver de facto um herdeiro de Graves, esse alguém será Steven Saylor.