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quinta-feira, outubro 27, 2005

VENCER O TERROR Na excelente conferência promovida pela Gulbenkian, houve quem defendesse que a ideia de vencer o terrorismo é um "mito".

"A capacidade das democracias em esvaziar o terrorismo das suas componentes político-religiosas, combatendo-o essencialmente com instrumentos jurídicos e policiais, será um passo importante para negar aos seus mentores a visibilidade essencial à difusão das suas mensagens e que conseguem obter junto dos media.

Temos de considerar a natureza da ameaça terrorista de forma mais ampla, estabelecendo [uma relação] entre o terrorismo e as actividades criminosas", defendeu ontem o académico Yonah Alexander, numa conferência realizada pela Fundação Gulbenkian, em Lisboa, sobre o "Terrorismo e Relações Internacionais".


É impossível combater o terrorismo sem compreender a forma de pensar dos terroristas (o que é diferente de compreender as suas motivações, como alguns se apressam a tentar fazer). Um fanático religioso é um fanático religioso, criminoso ou não. É alguém para quem a vida terrena não tem qualquer valor; daí que integre um grupo terrorista não por carências materiais ou como forma de protesto político (como a Esquerda europeia quer fazer crer), mas som porque é partidário de uma ideologia totalitária que subordina a vida humana e a própria concepção de sociedade à sua (distorcida) versão da fé islâmica. Os ocidentais, povos menos religiosos, têm dificuldade em compreender esta atitude.

Quanto à ideia de vencer o terrorismo, a História demonstra que, na maior parte das situações, é possível fazê-lo. Embora, evidentemente, possa demorar anos ou mesmo gerações. Recentemente, temos o caso da Argélia, em que foram vencidos grupos terroristas fundamentalistas cujo modus operandi era muito semelhante ao dos que actualmente flagelam o Iraque.

Até Jorge Sampaio já percebeu que é necessário fazer todos os esforços no sentido de não abandonar o povo do Iraque aos criminosos que tudo fazem para combater a implantação de um regime democrático.

É imperioso promover a democracia nos países muçulmanos, até porque o Islão é, na sua essência, uma religião democrática. No que à democracia diz respeito, os povos do Médio Oriente não são diferentes dos europeus, dos africanos, dos asiáticos ou dos americanos. Não há nenhuma maldição genética que os condene, para sempre, a viver sobre regimes obscurantistas.

Não deixa de ser interessante assistir ao triste espectáculo daqueles que, na iluminada Europa, aplaudem o ridículo Hugo Chavez e bajulam o tirano Fidel, ao mesmo tempo que chamam lacaios aos democratas iraquianos.