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segunda-feira, novembro 07, 2005

NEO-LIBERALISMO? Acho curiosa a forma como alguns comentadores encontram explicação para os motins nos subúrbios parisienses, atribuindo as culpas ao "neo-liberalismo". Mas... trata-se da França, o país mais anti-liberal da Europa! Um país em que até os governos de Direita, embora acusados de liberalismo (esse nefando pecado mor, pelos Bovés e quejandos), são proteccionistas ao máximo e permanecem agarrados às supostas virtudes do apregoado "modelo social". Os subúrbios franceses, onde vivem milhares de pessoas à custa de subsídios, em grande parte devido à dificuldade em encontrar trabalho derivada da rigidez do mercado laboral francês, são fruto desse mesmo sistema social que muitos consideram superior.

Os jovens que incenceiam carros em França são uns eternos "coitadinhos", vivendo à custa de subsídios e de pequenos crimes, atribuindo as culpas para a sociedade "racista" que não os "integra" e que, pasme-se, ficam ofendidos quando lhes chamam "escumalha". Afinal, um indíviduo que incendeia carros e espanca indiscriminadamente cidadãos inocentes é apenas uma vítima do sistema, e não um canalha.

Já sabemos as receitas da esquerda: há que lhes dar mais subsídios, para os acalmar. É preciso "dialogar" e continuar a tratá-los como crianças, com esse paternalismo "social" do costume. O resultado está à vista.

A solução passa por devolver aos cidadãos a responsabilidade pelo seu próprio destino (não deixando de existir, evidentemente, algum grau de protecção social para os que realmente necessitem), ao mesmo que se lhes exige um determinado grau de compromisso social. Se os portugueses, os polacos, os italianos, os gregos, os russos, os turcos e outros estrangeiros se conseguiram integrar plenamente em França, foi talvez porque procuraram eles próprios integrar-se, não se limitando a ficar à espera que os integrassem.

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P.S.: Mário Soares já veio dizer que "não se pode combater a violência com a violência" e que é preciso "compreender" os vadios que matam, roubam e destroem. Mais uma razão para não votar nele.