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terça-feira, dezembro 07, 2004



ALEXANDRE Quis o acaso que hoje postasse sobre dois grandes conquistadores. Depois de Napoleão, agora é a vez do grande conquistador macedónio, Alexande.

Assisti recentemente ao filme "Alexandre, o Grande". Gostei da película, no geral, embora com algumas reservas. Creio que o argumento "passa por cima" de vários acontecimentos importantes, como as batalhas do Granico e de Isso, o cerco de Halicarnasso e de Tiro, a chegada ao Egipto, etc. Foram também negligenciados alguns aspectos importantes, como a curiosa e carinhosa relação de Alexandre com a mãe de Dário - a quem ele chamava "Grande Mãe" -, o papel de Aristóteles na sua formação (o filme dá pouca importância ao grande filósofo), e o seu casamento com a filha do Grande Rei. Creio também que o filme dá pouca importância à chamada "conspiração dos pagens", e ao papel de Filotas e Parménion no assunto. Talvez a história de Alexandre seja mais adequada a uma série televisiva, ou a uma triologia de filmes. Mas, no geral, acho que é uma película razoável.

Gostei da forma como Oliver Stone retratou Alexandre; mostrou-nos um homem brilhante e ousado, que se move pela ambição mas também por um ideal. Além disso, e ao contrário de outros cineastas no passado, Stone mostra-nos um Alexandre com dúvidas e anseios. Um Alexandre que tem medo de falhar, e que receia ter-se tornado naquilo que sempre detestou; um Alexandre que se torna paranóico, e que deixa de confiar nos que o rodeiam.

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P.S.: foi impressão minha, ou o argumento do filme inspirou-se nos romances que Mary Renault escreveu sobre Alexandre, "Fogo do Céu" e "Jogos Funerários"?