FRANCOFOBIA O Bruno Cardoso Reis, do blog Cartas de Londres, e o Rodrigo Moita de Deus, do Acidental, não chegam acordo em relação ao papel que a França desempenha no Mundo, e em particular na África Negra. A mim parece-me claro que a França e os Estados Unidos, tal como qualquer outro país, defendem acima de tudo os seus próprios interesses. Em política externa não existe moralidade... a não ser que esta coincida com os interesses estratégicos do país. Pensar o contrário - ou esperar que os governos coloquem a utopia à frente dos seus interesses vitais -, será pecar por ingenuidade.
Há, de facto, situações em que os interesses vitais de um país podem coincidir com a defesa dos direitos humanos: será o caso da intervenção francesa na Costa do Marfim e da permanência norte-americana no Iraque (notem que escrevi "permanência" e não "invasão"...). Nestes casos, a França e os EUA defendem os seus interesses, mas ao mesmo tempo evitam uma tragédia humanitária. Por muito atribuladas (e polémicas) que sejam as suas intervenções naqueles países, o drama humanitário seria bem pior se de lá retirassem. Temos de ser pragmáticos.
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