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segunda-feira, julho 05, 2004

LOUÇÃ Não possuo qualquer afinidade política ou ideológica com Francisco Louçã, mas não tenho qualquer problema em admitir que ele é um homem inteligente. Todavia, não gosto da sua forma de fazer política; é um indivíduo brilhante, sem dúvida, mas um demagogo.

Ao abrigo da imunidade parlamentar, Louçã recorre a acusações vagas e a insinuações paranóicas, que ele não consegue provar mas que os visados também não conseguem desmentir (por exemplo, provar que o facto de o Ministro "X" ser amigo pessoal do empresário "B" não significa que esteja em causa a defesa dos interesses do país).

Foi um dos que viu o processo contra Paulo Pedroso como uma variante lusitana do caso Dreyfuss mas, ao mesmo tempo, não se coíbe de fazer pairar dúvidas quanto à seriedade e honestidade dos políticos da maioria, apenas com base em meras suposições.

Fala em nome da democracia, ao mesmo tempo que não nega a sua herança trotskista. Considera a coligação governamental "ilegítima", por ter sido formada após as eleições, mas admite a transformação do Bloco em "partido do poder" e uma eventual coligação com o PS, mas "apenas depois das eleições" (no Público de ontem).

Só resta esperar que, caso se venha a formar uma coligação PS/BE, não atribuam a Louçã uma das seguintes pastas: Finanças, Economia, Negócios Estrangeiros ou Defesa.