respublica

domingo, junho 27, 2004




EURO 2004 Nos últimos meses, vi com grande cepticismo a actuação de Luís Felipe Scolari à frente da Selecção Nacional. Experiências malucas, birras com certos atletas e uma série de derrotas, apenas compensadas com algumas (poucas) vitórias face a "potências" como o Luxemburgo, contribuiram para uma certa desconfiança da minha parte em relação às capacidades de Scolari. Amigos brasileiros, contudo, recordaram-me que o mesmo sucedeu ao Brasil na fase de apuramento para o Mundial, com o escrete canarinho a ficar em último lugar entre os países sul americanos. E que depois, contra todas as espectativas, foi o que se viu...

Com Portugal parece ter sucedido o mesmo; tal como a maioria dos portugueses - salvo talvez os mais crédulos e fiéis adeptos - não estava à espera que a Selecção conseguir chegar às meias finais. Mas face às actuais circunstâncias, vejo como estava enganado e retiro tudo o que disse a respeito das capacidades do senhor Luís Felipe Scolari. Claro que ele tem à sua disposição um grupo de excelentes atletas, o que certamente lhe facilita o trabalho. Mas a liderança é fundamental, e ele sabe liderar.

Além disso, gosto da maneira algo naif como Scolari veste as cores nacionais. Frases como "Um pórtuguêis váli máis qui cuárenta miúl inglêsis", e imagens como a de Scolari a chorar como um bebé, com as duas bandeiras nas mãos, certamente ficarão para a história. E, claro, este país precisava desta onda de alegria; por vezes, uma boa cachimbada de ópio vem mesmo a calhar.