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domingo, junho 27, 2004

ELEIÇÕES ANTECIPADAS? É uma questão complicada. Creio que o ideal - quer para o país, quer para o PSD - seria a substituição de Barroso por um(a) ministro(a) do actual executivo. Desse modo, as linhas mestras deste governo seriam mantidas, e os esforços e os sacrifícios dos últimos anos teriam realmente valido a pena. E, claro, o governo teria toda a legitimidade democrática para continuar em funções, uma vez que continuaria a representar a escolha da maioria dos portugueses. A equipa seria ainda a de Durão, e o executivo teria toda a legitimidade para governar.

Mas constituir um novo governo, completamente remodelado, com novas políticas e projectos, parece-me completamente anti-democrático. Além disso, Santana é um populista, sem perfil de estadista. Quererá vencer as próximas eleições a todo o custo, ainda que, muito provavelmente, tenha de recorrer à velha receita do aumento da despesa pública e do desperdício em função da manutenção de clientelas. Ou seja, os sacríficios dos últimos anos terão sido em vão. Além de que o PSD e Pedro Santana Lopes nunca se livrarão da fama de usurpadores.

Barroso vai para Bruxelas. E bem, em meu entender. É uma oportunidade que ele e Portugal não podem desperdiçar. Mas pobre país o nosso, que fica entregue a Santana Lopes, Paulo Portas e, do outro lado, Ferro Rodrigues, João Soares e Francisco Louçã. Valha-nos Deus!