VALHA-NOS DEUS... concordo com o Mata Mouros, quando este refere o Possibilidade do Sentir como o "blog mais estapafúrdio" da net. A autora do dito blog será a jornalista Anabela Mota Ribeiro (será?), que diz coisas do género:
"Visto finalmente o último filme da trilogia "O Senhor dos Anéis," soube-me a pouco. Os efeitos especiais abundam e não têm falha que se lhes possa apontar mas e o resto? Será que um filme é como uma manta de retalhos dispendiosa em que cada retalho é um pixel de animação digital? E quanto à história, propriamente dita? Tanta referência ao triunfo dos homens bons e justos do Oeste perante os tiranos do Leste é obviamente uma referência ao mundo em que vivemos. E onde estão as mulheres? Relegadas para papéis secundários de serviçais e companheiras. Que Tolkien era misógino parece-me óbvio (sem desprimor para os bons amigos que tenho que são misóginos convictos) mas nesta adaptação contemporânea ao grande écran não terá sido possível usar-se a liberdade artística para o tornar mais adequado à nossa realidade? Pergunto-me, Aragorn não poderia ter sido mulher, mantendo ou potenciando a sua importância como personagem fulcral? E o mesmo vale para Gandalf, Frodo ou até Gollum. A respeito deste último, há algo a dizer. A sua representação no filme é, obviamente, uma evocação do aspecto que o corpo dos doentes com SIDA em estado terminal assume. A demonização era desnecessária, quanto a mim."
Goste-se de Tolkien ou não, este post contém tantos disparates que nem vale a pena comentar... mas Anabela não se fica por aqui, pois nos posts seguintes escreve que "(...) Tolkien é um autor menor. Digo-o sem quaisquer hesitações. Tenha os adeptos incondicionais que tiver (e são muitos até num país pouco dado a leituras como o nosso a julgar pela quantidade de impropérios com que me encheram a caixa de correio), isso não faz dele mais do que um escritorzeco de contos de fadas desprovidos da contextualização mítico-social que confere validade a esse género literário. De qualquer forma, fico positivamente satisfeita por ver que, afinal, há portugueses que lêem fora das classes ditas "intelectuais." Que leiam Tolkien, Harry Potter ou o Homem-Aranha tanto se me dá. Pelo menos, é um princípio e pode ser que um dia venham a descobrir o gosto pela literatura a sério". No entanto, reconhece "que não leu os livros porque tem as suas prioridades e há coisas mais urgentes a ler"...
Um conselho, cara Anabela: comece por ler uma biografia de Tolkien... e depois, se não lhe custar muito - não deve ser muito difícil, para alguém que diz ler Homero na versão original, sem perceber rigorosamente nada de grego! - experimente pegar na série do "Senhor dos Anéis". Vai ver que é muito mais profundo que a adaptação para cinema. Vai ver que Gollum não tem SIDA, que as mulheres desempenham um papel importantíssimo e que não se trata de uma metáfora sobre a Guerra Fria.
Nem sei se hei de rir, ou de chorar...
"Visto finalmente o último filme da trilogia "O Senhor dos Anéis," soube-me a pouco. Os efeitos especiais abundam e não têm falha que se lhes possa apontar mas e o resto? Será que um filme é como uma manta de retalhos dispendiosa em que cada retalho é um pixel de animação digital? E quanto à história, propriamente dita? Tanta referência ao triunfo dos homens bons e justos do Oeste perante os tiranos do Leste é obviamente uma referência ao mundo em que vivemos. E onde estão as mulheres? Relegadas para papéis secundários de serviçais e companheiras. Que Tolkien era misógino parece-me óbvio (sem desprimor para os bons amigos que tenho que são misóginos convictos) mas nesta adaptação contemporânea ao grande écran não terá sido possível usar-se a liberdade artística para o tornar mais adequado à nossa realidade? Pergunto-me, Aragorn não poderia ter sido mulher, mantendo ou potenciando a sua importância como personagem fulcral? E o mesmo vale para Gandalf, Frodo ou até Gollum. A respeito deste último, há algo a dizer. A sua representação no filme é, obviamente, uma evocação do aspecto que o corpo dos doentes com SIDA em estado terminal assume. A demonização era desnecessária, quanto a mim."
Goste-se de Tolkien ou não, este post contém tantos disparates que nem vale a pena comentar... mas Anabela não se fica por aqui, pois nos posts seguintes escreve que "(...) Tolkien é um autor menor. Digo-o sem quaisquer hesitações. Tenha os adeptos incondicionais que tiver (e são muitos até num país pouco dado a leituras como o nosso a julgar pela quantidade de impropérios com que me encheram a caixa de correio), isso não faz dele mais do que um escritorzeco de contos de fadas desprovidos da contextualização mítico-social que confere validade a esse género literário. De qualquer forma, fico positivamente satisfeita por ver que, afinal, há portugueses que lêem fora das classes ditas "intelectuais." Que leiam Tolkien, Harry Potter ou o Homem-Aranha tanto se me dá. Pelo menos, é um princípio e pode ser que um dia venham a descobrir o gosto pela literatura a sério". No entanto, reconhece "que não leu os livros porque tem as suas prioridades e há coisas mais urgentes a ler"...
Um conselho, cara Anabela: comece por ler uma biografia de Tolkien... e depois, se não lhe custar muito - não deve ser muito difícil, para alguém que diz ler Homero na versão original, sem perceber rigorosamente nada de grego! - experimente pegar na série do "Senhor dos Anéis". Vai ver que é muito mais profundo que a adaptação para cinema. Vai ver que Gollum não tem SIDA, que as mulheres desempenham um papel importantíssimo e que não se trata de uma metáfora sobre a Guerra Fria.
Nem sei se hei de rir, ou de chorar...
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