respublica

segunda-feira, dezembro 15, 2003




POUCOS TEMAS SÃO TÃO FRACTURANTES como a questão do direito ao aborto. E a minha posição nesta matéria é simples e clara: sou contra.

Entendo que os direitos da criança que vive no útero da mãe se sobrepõem ao direito desta última a dispôr do seu corpo. Quer queiramos quer não, o feto é um ser humano (e a ciência tem dado importantes passos neste domínio). Ainda em formação, é certo, mas é um ser humano e como tal deve ser tratado. Sei que esta é uma posição fora de moda, na melhor das hipóteses, mas creio ser a mais correcta.

Os defensores do aborto pretendem que o poder legislativo estabeleça um prazo limite durante o qual as mulheres possam interromper livremente a sua gravidez. Esse prazo limite seria o período de tempo compreendido entre a concepção e a formação de um sistema nervoso autónomo, durante o qual o embrião não poderia ser considerado um ser humano. No entanto, se nem a Ciência consegue estabelecer com exactidão o momento da formação do sistema nervoso, como é que o poder legislativo o poderá fazer?

Concordo com o Bispo do Porto, que considera que a liberalização do aborto não porá fim ao aborto clandestino. E também concordo que as mulheres não devem ser julgadas e condenadas por abortarem, pois o acto em si já acarreta um enorme sofrimento. Para quê destruir mais uma vida?

Este não é um tema fácil. Espero os vossos comentários!