respublica

quinta-feira, outubro 30, 2003




MANTENHO A ESPERANÇA de um dia visitar o Egipto, terra das pirâmides, dos faraós, do Nilo e dos paxás. Adorava conhecer Alexandria, outrora centro da filosofia e das ciências; tomar chá nos bazares das movimentados soukhs do Cairo, sentindo os sabores e odores desse país milenar.

Embora o Nilo seja a via de comunicação por excelência, desde o século XIX que existe caminho de ferro no Egipto. Quando Eça de Queirós visitou o país, por volta de 1870, viajou de combóio entre Port Said e Suez, onde assistiu à inauguração do Canal. Eça escreveu depois, a respeito dessa viagem: "Demais, os caminhos de ferro egípcios não têm uma velocidade fixa. Vão aos caprichos do maquinista, que, de vez em quando, para a máquina, desce, acende o cachimbo, ri com algum velho conhecimento de estrada, sorve minuciosamente o seu café, torna a subir bocejando e faz partir distraidamente o combóio." ("De Port-Said a Suez", Janeiro de 1870)

Será que os caminhos de ferro egípcios continuam a funcionar desta forma? Saberei um dia, se lá andar de combóio.