COLONIZAÇÃO LITERÁRIA Um crítico brasileiro queixa-se que a "Corte literária portuguesa" atravessou em força o Atlântico com a perversa intenção de novamente colonizar o Brasil.
Diz o escritor e crítico brasileiro Miguel Sanches Neto:
"A fase em que nos encontramos hoje é da omnipresença desses autores, até daqueles que não são muito visíveis em seu habitat, (...) estamos de uma certa forma sofrendo de recolonização, o que corrige o descaso com que tratámos os portugueses no último século, mas também cria algumas distorções, pois pode nos tirar do nosso caminho."
Além de exagerado - não são cinco ou seis escritores portugueses quem vai ditar as tendências literárias num país imenso como o Brasil, por muito bons que sejam -, o argumento parece-me despropositado. Até porque se alguém tem sido colonizado culturalmente, esse alguém é Portugal, através do consumo de telenovelas brasileiras em quantidades industriais.
Sendo exagerados e chauvinistas, este tipo de argumentos são também do mais mesquinho que existe. A nossa língua comum só tem a ganhar com a troca de influências entre o português europeu, asiático, africano e sul-americano. Pois é essa vivência que constrói verdadeiramente a lusofonia, além de enriquecer de forma extraordinária a língua portuguesa.
Diz o escritor e crítico brasileiro Miguel Sanches Neto:
"A fase em que nos encontramos hoje é da omnipresença desses autores, até daqueles que não são muito visíveis em seu habitat, (...) estamos de uma certa forma sofrendo de recolonização, o que corrige o descaso com que tratámos os portugueses no último século, mas também cria algumas distorções, pois pode nos tirar do nosso caminho."
Além de exagerado - não são cinco ou seis escritores portugueses quem vai ditar as tendências literárias num país imenso como o Brasil, por muito bons que sejam -, o argumento parece-me despropositado. Até porque se alguém tem sido colonizado culturalmente, esse alguém é Portugal, através do consumo de telenovelas brasileiras em quantidades industriais.
Sendo exagerados e chauvinistas, este tipo de argumentos são também do mais mesquinho que existe. A nossa língua comum só tem a ganhar com a troca de influências entre o português europeu, asiático, africano e sul-americano. Pois é essa vivência que constrói verdadeiramente a lusofonia, além de enriquecer de forma extraordinária a língua portuguesa.
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