A QUEDA DE CONSTANTINOPLA foi um acontecimento marcante na história da Europa e da civilização ocidental. Foi, aliás, convencionado que a Idade Média terminou naquele ano de 1453, quando o Sultão Maomé II conquistou a capital do Império Romano do Oriente.
Fundada por Constantino Magno no século IV, sobre a antiga cidade grega de Bizâncio, Constantinopla tornou-se capital do Império Romano, substituindo Roma. Aliás, o seu estatuto de "Nova Roma" fez com que o imperador para lá transferisse muitas famílias senatoriais romanas e italianas.
Com a divisão do Império, em 395, Constantinopla tornou-se capital do Império Romano do Oriente, também chamado "bizantino". Com o tempo, e especialmente após a queda do Ocidente, Bizâncio tornou-se um império greco-asiático. O latim deixou de ser usado, e o próprio sistema político aproximou-se cada vez mais dos despotismos orientais anteriores à conquista romana. A este sistema político autocrático juntou-se a crença arreigada numa vocação universal que Bizâncio teria, no sentido de conquistar e evangelizar todo o mundo. E, com efeito, os missionários bizantinos evangelizaram todo o Leste Europeu. E o Cisma de 1054, pelo qual as igrejas ocidental e oriental se separaram para sempre, daria origem ao actual panorama religioso na Europa.
Até 1204, Bizâncio foi o estado mais rico, desenvolvido e poderoso da Europa Cristã. No entanto, nesse ano os cavaleiros da 4ª Cruzada conquistaram Constantinopla. O império nunca recuperou desse golpe, embora a cidade tenha sido reconquistada pelos gregos algumas décadas mais tarde. O ressentimento em relação aos ocidentais era tal, que nos últimos dias de Bizâncio não eram poucos os que preferiam "o turbante turco à mitra latina".
Para quem quiser saber mais sobre a queda daquele império milenar, encontrei um relato da conquista turca, onde se narram os dramáticos últimos momentos de Bizâncio.
Com a conquista da cidade, Constantinopla passou a chamar-se Istambul, designação que ainda conserva. Muitos sábios bizantinos refugiaram-se em Itália, dando um importante contributo para o Renascimento das letras, das artes e das ciências no Ocidente.
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