respublica

quinta-feira, janeiro 08, 2004

ESTOU CONSTIPADO... é o que dá apanhar frio. E depois, não consigo ficar muito tempo na cama. Irrita-me ficar parado... começo a sentir-me um inútil. Lá fora, a vida continua, com tudo o que há de belo no mundo. E agora, certamente, dizem-me vocês que nem tudo na vida é belo! Pois não. Há muita coisa feia no mundo. Tanta guerra, tanta fome, tanto ódio! Tanto sofrimento que causamos aos outros e a nós mesmos! E depois há aquelas coisas de uma comovente beleza trágica... porque mesmo o que é trágico pode ser belo; a vida, que por muito que vivamos acaba por ser sempre demasiado curta, é de uma beleza trágica. As grandes histórias são sempre trágico-belas; "Romeu e Julieta" não teria nem metade da piada se a sua união fosse abençoada pelas famílias desavindas. Ou se, como nos contos de fadas da nossa infância, vivessem felizes para sempre... envelhecendo juntos ou, quem sabe, divorciando-se. O próprio amor é, também, trágico-belo, no paradoxo que lhe é próprio: a expressão da liberdade e a irrecuperável prisão.

Já devem ter reparado que este post não se insere na linha editorial deste blog. Deve ser da constipação.