OS FOGOS FLORESTAIS marcaram este Verão. Afinal, este ano não houve silly season, porque mesmo em férias os políticos andaram bem ocupados. Alguns deles interromperam as férias para lançar críticas à política florestal do Governo... é curioso ver indivíduos que passaram toda a vida em Lisboa e não distinguem um pinheiro de um eucalipto, falarem de políticas florestais como se fossem doutorados na matéria! E afinal, que soluções propõem esses senhores? Mais investimento na aquisição de meios de combate aos incêndios - quando está provado que não existem poucos meios, mas apenas má coordenação do uso dos mesmos - e criação de umas tantas comissões para estudar o problema dos fogos, ou seja, ainda mais jobs for the boys. Aproveitam ainda para criticar o Governo pelos cortes orçamentais no sector, esquecendo-se que o que se quer é melhores resultados com menos custos, o que é perfeitamente possível. Além disso, criticam a "falta de coordenação", mas esquecem-se que durante os seus seis anos de governo nada fizeram no sentido de criar uma estrutura central de comando no combate aos incêndios.
Deixem-me pois dar agora o meu pequeno contributo para a discussão em torno da questão dos incêndios (e creio estar "autorizado" a fazê-lo, visto que nasci e cresci numa zona rural rodeada de florestas). Penso que a solução para a diminuição dos fogos florestais passa pelo seguinte:
- Fixação de um preço mínimo para a madeira queimada (o mais elevado possível, desde que mais baixo que o preço da madeira normal). Não tenho dúvidas que a maioria dos fogos postos estão ligados a interesses dos madeireiros.
- Criar uma lei semelhante à que já existe em relação aos edifícios abandonados; quando uma destas construções ameaçam a segurança pública, devido à eminência do seu colapso, as autarquias podem expropriá-las, isto se os proprietários não procederem ao necessário restauro. Com as matas podemos fazer o mesmo: quando os respectivos donos não as quiserem limpar, o Estado devia poder expropriá-las. Tendo em conta que existem centenas de milhar de propriedades abandonadas (registadas em nome de pessoas falecidas há mais de cem anos, em alguns casos), o Estado tornar-se-ia assim no maior proprietário florestal do país. Desse modo, poderia melhorar e coordenar a exploração florestal (através da criação de uma agência estatal disso encarregue), ou simplesmente concessionar ou vender a privados essas grandes extensões florestais. Conseguiríamos assim matar dois coelhos com uma só cajadada: menor risco de ocorrência de fogos e melhor aproveitamento dos recursos florestais, com explorações mais rentáveis. E lembrem-se que estamos a falar de um sector responsável por quase dez por cento do PIB cuja rentabilidade é posta em causa pela excessiva parcelização das propriedades.
- Criação de um comando único, um "estado maior central", encarregue da coordenação dos meios de combate aos fogos e de protecção civil a nível nacional. Os militares poderiam dar um importante contributo nesta área.
- Melhor aproveitamento dos meios militares para combater os fogos. Por exemplo, na Grécia os aviões militares de vigilância marítima são utilizados na luta contra os incêndios.
Deixem-me pois dar agora o meu pequeno contributo para a discussão em torno da questão dos incêndios (e creio estar "autorizado" a fazê-lo, visto que nasci e cresci numa zona rural rodeada de florestas). Penso que a solução para a diminuição dos fogos florestais passa pelo seguinte:
- Fixação de um preço mínimo para a madeira queimada (o mais elevado possível, desde que mais baixo que o preço da madeira normal). Não tenho dúvidas que a maioria dos fogos postos estão ligados a interesses dos madeireiros.
- Criar uma lei semelhante à que já existe em relação aos edifícios abandonados; quando uma destas construções ameaçam a segurança pública, devido à eminência do seu colapso, as autarquias podem expropriá-las, isto se os proprietários não procederem ao necessário restauro. Com as matas podemos fazer o mesmo: quando os respectivos donos não as quiserem limpar, o Estado devia poder expropriá-las. Tendo em conta que existem centenas de milhar de propriedades abandonadas (registadas em nome de pessoas falecidas há mais de cem anos, em alguns casos), o Estado tornar-se-ia assim no maior proprietário florestal do país. Desse modo, poderia melhorar e coordenar a exploração florestal (através da criação de uma agência estatal disso encarregue), ou simplesmente concessionar ou vender a privados essas grandes extensões florestais. Conseguiríamos assim matar dois coelhos com uma só cajadada: menor risco de ocorrência de fogos e melhor aproveitamento dos recursos florestais, com explorações mais rentáveis. E lembrem-se que estamos a falar de um sector responsável por quase dez por cento do PIB cuja rentabilidade é posta em causa pela excessiva parcelização das propriedades.
- Criação de um comando único, um "estado maior central", encarregue da coordenação dos meios de combate aos fogos e de protecção civil a nível nacional. Os militares poderiam dar um importante contributo nesta área.
- Melhor aproveitamento dos meios militares para combater os fogos. Por exemplo, na Grécia os aviões militares de vigilância marítima são utilizados na luta contra os incêndios.
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