O QUE É A FELICIDADE? Este tema foi já aflorado num anterior post dedicado à questão do aborto. Dizem os apoiantes da legalização do aborto que este deve poder ser praticado sempre que não existam condições para que as crianças venham a ter uma vida feliz. Mas quem é que, de entre o género humano, consegue ser omnisciente a ponto de definir o que é a felicidade e a infelicidade?
Não acredito que o meu conceito de felicidade seja o mesmo do meu vizinho, e vice versa. A definição do conceito de felicidade obedece a critérios de ordem subjectiva, sendo por isso diferente de pessoa para pessoa. Seremos nós dotados da capacidade de adivinhar se uma determinada criança virá a ser feliz? A Rute refere as crianças da Casa Pia como exemplos de seres condenados à infelicidade. Mas será que é mesmo assim? Não tenho a menor dúvida que muitas crianças internadas na Casa Pia sejam mais felizes que outras que tiveram a sorte (ou o azar) de nascer em berços de ouro!
Vivemos numa sociedade consumista e hedonista, em que a juventude, a beleza e o sucesso são tidos como objectivos supremos da nossa existência. A doença, a velhice e a morte são aspectos que preferimos esquecer e esconder da nossa vista, nesta ânsia infinita de viver num mundo perfeito com pessoas perfeitas. As relações pessoais efémeras, a busca incessante do prazer absoluto e a mentalidade do aproveitar enquanto se pode são faces desta realidade.
Se os defensores do aborto consideram que quem não tem condições para ser "feliz" – segundo o conceito vigente na nossa sociedade – não deve viver, então que dizer de todos aqueles que não são ricos, jovens, saudáveis ou belos? Não merecem viver? Não poderão eles ser felizes?
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