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quarta-feira, julho 09, 2003

TÃO AMIGOS QUE ELES ERAM Depois da polémica causada pelos comentários de Berlusconi no Parlamento Europeu, agora foi a vez do seu ministro do Turismo insultar os turistas alemães e de o chanceler Schroeder, em represália, anunciar o cancelamento das suas férias em Itália... continuam assim as confusoes entre Berlusconi e Schroeder.

No blog "Lapsus Calami" encontrei uma interessante reprodução dos mitos greco-romanos referentes às origens da Europa, e que ajudam a explicar o comportamento dos europeus:

"Europa era uma bela jovem síria filha de um rei fenício, que foi raptada por Júpiter quando passeava à beira mar. Júpiter, assolado de uma grande paixão, raptou-a disfarçando-se de um boi manso (para fugir à ciumenta mulher Juno) e lambeu os pés de Europa ganhando-lhe a sua confiança. Europa acariciou o boi, adornou os seus cornos com flores e subiu-lhe para o dorso e este correu para longe vindo a parar na praia de Creta onde revelou a sua forma natural. Do amor dos dois consumado sobre um leito de flores silvestres nasceram dois filhos: Minos e Radamanto.

Tanto Minos com Radamanto foram juízes dos infernos. Contudo enquanto Minos (Rei de Creta) na vida terrena foi uma personagem maléfica que após a conquista de Atenas exigia como tributo sete rapazes e sete raparigas para alimentar o Minotauro (no seu labirinto) e Radamanto, rei da lícia, era justo, integro virtuoso e imparcial.

A figura da Europa fruto da união do Deus maior do Olimpo com uma mortal de que resultaram filhos de carácter oposto, é uma boa lenda que encerra as contradições que ainda hoje se vivem no nosso continente. A ideia de superioridade cultural (vinda da ascendência divina) e os frutos contraditórios - justo-Radamanto e o discricinário Minos - (vinda talvez da ascendência mortal), explicam os imprevisíveis destinos dos descendentes de Europa, que dificilmente se acharam como iguais."